Qual seria o preço que uma petroleira estrangeira (ou um pool delas) pagaria pelo voto de um senador para ele transferir 30% do pré-sal da Petrobras para elas?
É só curiosidade, eu não estou insinuando nada.
Projeto entreguista foi aprovado com redução de danos.
Até o meio da tarde de quarta-feira, o governo Dilma articulou para derrubar no voto a PEC 131 de José Serra (PSDB-SP), o amigo da Chevron. A derrota do governo era certa, com o PMDB de Renan Calheiros (AL) fechado com o PSDB (Renan chegou a fechar as galerias para não permitir que o povo que foi protestar contra o projeto se manifestasse contra).
No meio da tarde, segundo o noticiário, diante da derrota certa o governo aceitou um acordo proposto pelo PMDB para fazer um substitutivo que garantisse pelo menos a preferência da Petrobras, apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). O PT e o PCdoB votaram contra, já sabendo que iriam perder. O substitutivo venceu com os votos dos partidos conservadores da base governista unidos à oposição.
Assim a Petrobras não é mais obrigada a ter participação de no mínimo 30% em todos os consórcios na área do pré-sal, mas essa participação só será oferecida à outras empresas se a Petrobras desistir de participar.
Significa que enquanto o governo for nacionalista, na prática não muda nada, pois não vai leiloar áreas do pré-sal que não estejam de acordo com o cronograma de investimentos da Petrobras e com o interesse nacional. Mas se o governo cair nas mãos de um tucano vendilhão da Pátria de novo, o prejuízo do povo brasileiro vai ser grande, para estrangeiras como a Chevron, "amiga" do Serra, lucrar mais.
Além disso, o precedente é mal sinal, pois lobistas e operadores de petroleiras estrangeiras vão continuar sua ofensiva nos gabinetes tucanos, do DEM, do PMDB e outros para mudar regras de partilha e de conteúdo nacional.
Por isso é importante forte mobilização popular para que esse projeto não seja aprovado na Câmara dos Deputados, restituindo por lei o papel da Petrobras como operadora única no pré-sal.