A próxima semana promete pesar no bolso de parte dos brasilienses. Estão previstos aumentos nas contas de energia e de água — para as famílias que consumirem mais de 10 mil litros. A cobrança da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) ainda dependerá de o índice dos reservatórios alcançar o limite de 25% do volume útil de água, o que poderá acontecer entre sábado (22) e segunda-feira (24). Já a conta de energia elétrica terá acréscimo de 4,61%. O aumento foi aprovado, na tarde desta terça-feira (18), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e começa a valer a partir de sábado.
A previsão feita pela Caesb para o início do que chama de Taxa de Contingência depende de dois fatores: chuva e economia de água. No entanto, sem grandes precipitações e com baixa gradativa do volume dos reservatórios, o limite será atingido até segunda-feira. Ontem, a Barragem do Descoberto bateu 26,82% e a de Santa Maria, 44%. Ao marcar os 25%, o acréscimo na conta dependerá da data de medição de cada casa ou comércio. A taxa então deverá ser cobrada a partir do boleto de dezembro.Segundo o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, não haverá antecipação de conta. “Será respeitada a data de leitura de cada hidrômetro, se vier a acontecer. A leitura será referente a novembro”, explica Luduvice. Desde que a companhia deu início às campanhas de mobilização para o uso racional da água, o consumo micromedido caiu 4%. “Isso é algo interessante, observado entre agosto e setembro. Acreditamos que pode ser ainda maior agora, porque tem uma defasagem de 30 a 60 dias. Isso reflete uma mudança de comportamento no consumo das pessoas. É importante que continuem, inclusive, em hábitos simples, como o tempo de banho e a postura em lavar louça, por exemplo”, afirma o presidente da Caesb.
Uma vez efetivada, a Taxa de Contingência só será revogada após uma nova resolução da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) excluindo a cobrança extra. Isso dependerá de uma análise técnica da agência, que avaliará quando o índice registrado nos reservatórios será seguro para o abastecimento de água do DF. “Não podemos estabelecer um percentual, dizer que, se chegar a 40%, tiraremos a cobrança. Uma série de fatores contribui para essa decisão. A medida é temporária, no entanto não temos como determinar um prazo final para ela”, diz Cássio Leandro Cossenzo, coordenador de estudos econômicos da Adasa.
A possibilidade de pagar mais pela água faz com que os usuários se preocupem com as próximas contas. A cabeleireira Iolanda Soares, 51 anos, é dona de um salão de beleza no Riacho Fundo. “No salão, é complicado economizar porque fazemos o uso de água para lavar o cabelo das clientes, por exemplo, e isso aumenta ainda mais com a aplicação de produtos. Já em casa é diferente. Eu procuro sempre reutilizar a água. Aquela que é usada na máquina de lavar, por exemplo, é utilizada também para lavar o quintal ou até mesmo na descarga”, comentou.
Iolanda também lembrou sobre a tarifa empregada pelas empresas de energia. “Quando chegou à faixa vermelha, percebi que estava pagando bem mais caro do que o normal. Com a tarifa extra da água, também tenho receio de apertar no bolso. É preciso que as pessoas se conscientizem para não ficar pior”, resumiu a cabeleireira.
A agente de saúde Margareth Gomes Ferreira, 51, está preocupada com as taxas. “Parece que as pessoas ainda não acordaram para a realidade. Ainda é possível ver algumas desperdiçando água, jogando, principalmente, nas calçadas. A situação é bem grave”, disse. Na casa dela, o banho dos três integrantes da família passou a ser controlado. “É somente o tempo necessário. Na hora de escovar os dentes, a torneira é mantida fechada para evitar desperdícios”, detalha.
Reajuste menor
Ao todo, 1,024 milhão de unidades do Distrito Federal terão as contas de energia elétrica reajustadas. Mais de 90% delas são de residências e comércios. A cobrança maior virá na fatura de novembro. Para a composição dela, a Companhia Energética de Brasília (CEB) mesclará os dias com e sem aumento. Por exemplo, se a medição ocorre no dia 25, o consumidor pagará três dias de acréscimo.Iolanda também lembrou sobre a tarifa empregada pelas empresas de energia. “Quando chegou à faixa vermelha, percebi que estava pagando bem mais caro do que o normal. Com a tarifa extra da água, também tenho receio de apertar no bolso. É preciso que as pessoas se conscientizem para não ficar pior”, resumiu a cabeleireira.
A agente de saúde Margareth Gomes Ferreira, 51, está preocupada com as taxas. “Parece que as pessoas ainda não acordaram para a realidade. Ainda é possível ver algumas desperdiçando água, jogando, principalmente, nas calçadas. A situação é bem grave”, disse. Na casa dela, o banho dos três integrantes da família passou a ser controlado. “É somente o tempo necessário. Na hora de escovar os dentes, a torneira é mantida fechada para evitar desperdícios”, detalha.
Reajuste menor
A Revisão Tarifária Periódica é feita de cinco em cinco anos, como prevê acordo assinado em dezembro do ano passado. De acordo com a CEB, o objetivo é “analisar o equilíbrio econômico-financeiro da concessão com base nos custos, investimentos e ganhos de produtividade da empresa”.
O reajuste deste ano é menor que o de exercícios anteriores. Em 2015, o consumidor teve acréscimo de 18,36%, na tarifa ordinária, mais 24,1%, na extraordinária, em um total de 46,88% de aumento. Segundo a CEB, uma das explicações para o índice mais baixo é a inclusão das bandeiras tarifárias, o que contribuiu para diluir o aumento ao longo dos meses. (Colaborou Flávia Maia)
Fonte:correiobraziliense.
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