Por Madalena França
A homenagem – mais uma – de Jair Bolsonaro ao coronel Brilhante Ustra mostra que o autal presidente não para de trilhar o caminho da radicalização ideológica como estratégia de marketing.
Afinal, o que ele ganha ao fazer a apologia da tortura e do assassinato político?
É mais que a simpatia dos sexagenários ou septuagenários saudosos do regime militar.
Bolsonaro já a tem, não precisava desta cena constrangedora, internacionalmente, inclusive.
O objetivo é outro, o de homenagear a si mesmo.
Que ser o símbolo do que não é – do regime militar – no qual nenhum papel desempenhou, como tenente ainda nos cueiros, em sua brevíssima trajetória nos quartéis.
Por isso o chama de “herói nacional”, porque quer que as pessoas acreditem que é ele quem se dispõe a “prender e arrebentar”, a por na cadeia ou na cova quem discordar das opiniões que expele.
Como, ao contrário do que acontecia no início dos anos 70, não vivemos sob uma ditadura (ao menos, não ainda), Bolsonaro não pode fazer o que Ustra fez.
Mas pode sinalizar, como faz, que é o que desejaria.
Ele é Ustra, é Johnny Bravo, é Trump, é o Mito.
Tem sempre de ser alguém por absoluta incapacidade de ser alguém.
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