A manchete do Estadão de hoje assume o que vem sendo dito por todas as pessoas que analisam a economia sem o “tem que dar certo” com que a sabujice que jornalistas, economistas e operadores financeiros dala no tal “equilíbrio fiscal” que seria a grande obra do atual Governo: a “nova meta” já nasceu ferida de morte.
De janeiro a julho, o governo federal arrecadou R$ 38,5 bilhões a menos de impostos e contribuições federais em relação ao programado no Orçamento, segundo dados do Tesouro Nacional obtidos pelo Estadão/Broadcast. Nos cálculos para chegar à nova meta fiscal, que prevê um rombo de R$ 159 bilhões em 2017, o governo estimou uma frustração de receitas de R$ 50 bilhões para o ano inteiro. O problema é que 80% desse total já se confirmou até julho.
Ou seja, “sobram” R$ 15 bilhões em receitas menores que as previstas – e todas as previsões de receita erraram “feio” até agora – num cenário onde o “parou de cair” que se comemora – como agora, com esta alta do PIB provocada por uma leve reversão no consumo das famílias (ajudada pela queda da inflação, pelas liberações de recursos do FGTS, etc) e pelo bom desempenho do setor agrícola (ajudado pelos preços internacionais), que têm baixo reflexo na arrecadação.
Os meses que restam no ano são cruéis em matéria de despesa pública, independente do estado da economia.
A paralisia da máquina pública se tornou, agora, inevitável.
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