Impossível evitar o dejà vu da manipulação da capa de hoje de O Globo colocando o nome de Dilma e Lula junto com a montanha de dinheiro apreendido de Geddel Vieira Lima.
Fez como toda a mídia fez, sete anos atrás, com o caso dos “aloprados” e, há 15, com o caso Lunus, a apreensão de dinheiro de Jorge Murad, marido de Roseana Sarney, que ameaçava a candidatura José Serra.
Daquela vez, com a foto de Lula num capuz de frio, que desenhava o “bandido”.
Lamento informar a O Globo que foi-se o tempo em que isso era decisivo.
Com os tempos de redes sociais, até os memes do Kinzinho do MBL fazem mais efeito nos cabeças-ocas desinformados.
Melhor faria o jornal, em matéria de dinheiro, se fosse perguntar no STF como vai o lento Inquérito 3404, onde o senador tucano Cássio Cunha Lima é investigado por aquele caso do “dinheiro que voou” (lembram-se?) de um prédio na Paraíba. Como o processo corre em segredo de Justiça (não é?), o único documento acessível sobre ele é o despacho da Ministra Rosa Weber, em 3 de dezembro de 2012, que se encerra assim, vejam que primor:
“Desde logo, considerando o disposto no art. 21-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, atribuo ao Juiz Federal Sergio Fernando Moro (então seu auxiliar), magistrado instrutor, os poderes previstos no referido dispositivo, para doravante praticar os atos ali previstos e ordinatórios quanto ao trâmite deste inquérito.”
Tem só 11 anos que o dinheiro voou pela janela e, até agora, nada.

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