O feitiço virou contra o feiticeiro. Primeiro os deputados estaduais do PSB levaram Osmar Dias até o diretório nacional da agremiação. Queriam filiá-lo. Agora não querem mais. Mas o problema é que o irmão mais moço do senador Alvaro Dias (Podemos) aprendeu o caminho e agora tem interlocução direta com o presidente nacional Carlos Siqueira, sem o intermédio da bancada estadual.
Osmar já se acha socialista. Acredita piamente que ganhará o governo do Paraná com discurso de oposição, longe do enlameado governador Beto Richa (PSDB), que disputará o Senado. Prefere a companhia do senador bolivariano Roberto Requião (MDB) para a jornada de outubro.
O diabo é que os cinco deputados estaduais “socialistas” ensaiam uma debandada rumo ao PSDB, se Osmar entrar no PSB com o intuito de dobrar com Requião. “As mágoas dos parlamentares com o Requião são muito profundas, eles guardaram na geladeira [as mágoas] para conservá-las bem”, confessou um deles ao Blog do Esmael.
No entanto, o buraco é mais embaixo.
O PSB é tucano no Paraná desde o início dos anos 2000. Porém, o Partido Socialista Brasileiro fez uma flexão à esquerda durante o congresso nacional no último final de semana. Ou seja, a agremiação ficou incompatível com as aspirações da bancada estadual na Assembleia Legislativa que é mais Beto Richa que a própria esposa dele, a primeira-dama Fernanda Richa.
Além disso, ao que parece, os bravos deputados estaduais do PSB estavam usando Osmar para aumentar o cacique com a vice-governador Cida Borghetti (PP). Ela assumirá o governo do estado daqui um mês. Mas, como dito no início, o feitiço virou contra o feiticeiro. Osmar ganhou autonomia na conversa com o diretório nacional do PSB e deixou a bancada chupando dedo. “Nesses casos, a bancada estadual não vale um tostão perante o diretório nacional”, lamentou outro parlamentar “socialista”.
“O caminho alternativo seria irmos todos nós [deputados] para o PSDB”, admitiu um terceiro deputado “tucano de bico vermelho”. “Na terça-feira que vem, dia 13, a gente resolve isso”, completou, referindo-se a uma reunião que acontecerá em Brasília para definir essa pendência.
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