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sexta-feira, 27 de julho de 2018

“A história absolverá o Lula”.





Não se enganem, não é somente a pessoa do Lula que precisa ser derrotada, naquela cela da PF, em Curitiba, não está preso apenas o ex-presidente de forma física, o que eles, os ideólogos do golpe, precisam derrotar é a imagem do Lula. É o que ele representa. O que o Lula representa põem em perigo a estratégia de poder da elite brasileira.
Durante anos e mais anos, de forma inteligente é preciso que se diga a elite brasileira, através da pena de renomados sociólogos, engendrou um caráter vira-la no povo brasileiro. Criou-se a imagem de um brasileiro que não pode dar certo, preguiçoso e que se contenta com as migalhas que caem da mesa dos ricos e poderosos. Um brasileiro “falsamente pacífico”, que na verdade foi transformado em passivo.
Lula é uma afronta à concepção do brasileiro vira-lata. Lula o retirante nordestino, que teimou não morrer de fome; depois teimou em não ser apenas um operário agradecido em São Paulo; teimou em ser presidente, mesmo não tendo curso superior – dura realidade imposta a quase toda a geração dele – num país de presidentes doutores. Por algum tempo, Lula foi tolerado, pois imaginaram que poderiam transformá-lo numa espécie de amuleto. Mas Lula não cabia no papel de cãozinho da Casa Grande. O sonho do Lula era arrebentar os grilhões da senzala.
O sonho de Lula era que todo o brasileiro tivesse, no mínimo, três refeições por dia. Parece bobagem tal sonho? Pode ser pouco para quem nunca teve fome. “Somente um presidente que teve fome, para saber a necessidade de matar a fome do povo”, escreveu Carolina Maria de Jesus. E lula fez isso e fez muito mais, tirou o país do mapa da fome, deu oportunidades ao povo, incluiu milhões na sociedade, fez o povo sonhar. A Casa Grande começou a surtar.
Logo, aos fascistas não basta prender o Lula, é preciso humilhá-los, negar-lhe, como disse Leonardo Boff a humanidade. Mas, ledo engano, os pequenos, os vis, os sem moral e sem caráter, os mesquinhos jamais conseguiram abafar a história dos que fazem a história. A esses os deploráveis é destinado o lixo da história. Lula está maior agora preso, para desespero de seus algozes.
Hoje pode parecer que ganharam que seus objetivos foram alcançados, mas entrarão para o lixo da história, serão esquecidos. Ninguém se lembra dos juízes que prenderam Mandela, tampouco se sabe, os ministros do STF que entregam Olga Benário aos nazistas. No entanto, Mandela e Olga marcaram seus nomes na história.
Não destruirão a imagem do Lula e o que ele representa. Como disse um argentino que conheci no acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, a “história absolverá o Lula”. Jimi caminhou por sessenta dias, da Argentina a Curitiba, para somar-se à luta pela liberdade de Lula. Não se faz isso por uma pessoa, se faz por uma ideia. Ele entendeu que a prisão de Lula trata-se de um ataque a uma América Latina livre, soberana, justa, igualitária e sem fome. “Nós da América sabemos o que o Lula representa”, disse-me ele. A elite brasileira também sabe, e é o que ele representa que está naquela cela.
Madalena França via a Postagem.

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