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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Ironia poética: general diz que milicos darão golpe nos golpistas


golpe militar
Um general da ativa do Exército chamado Antonio Hamilton Mourão afirmou, em palestra promovida pela maçonaria em Brasília na última sexta-feira (15), que haverá “intervenção militar” se o Judiciário “não solucionar o problema político”, em referência à corrupção de políticos.
O tal general diz que “os militares terão que impor isso”. E o mais grave é que ele disse que “O Alto Comando do Exército avalia que ainda não é o momento para a ação”, mas que ela “poderá ocorrer após aproximações sucessivas”.
“Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso e o Exército tem planejamentos muito bem feitos”.
As declarações de um militar inexpressivo como esse ganharam destaque simplesmente porque ele é da ativa e falou em nome do “alto comando” das Forças Armadas”. Na prática, isso se torna meio caminho andado para consolidação de um golpe militar com direito a tanques na rua etc.
Antes de avançar nesse assunto, porém, vale entender do que é que o tal Mourão falou. A pergunta foi feita pelos organizadores do evento, uma loja da Maçonaria, instituição ultrarreacionária e de caráter fascista amplamente conhecida, e que congrega gente abastada, mas profundamente ignorante, iletrada e fanática.
Nesse contexto, vale ver – ou rever – a pergunta – recheada de erros de português – dos organizadores do evento e a resposta impressionantemente ousada, irresponsável e até criminosa do general golpista.
Pergunta: [apresentador lê um papel com a pergunta] “A Constituição Federal de 88 admite uma intervenção constitucional com o emprego das Forças Armadas. Os poderes Executivos [sic] e os Legislativos estão podres, cheio de corruptos, não seria o momento dessa interrupção, [corrigindo] dessa intervenção, quando o presidente da República está sendo denunciado pela segunda vez e só escapou da primeira denúncia por ter ‘comprado’, entre aspas, membros da Câmara Federal? Observação: fechamento do Congresso, com convocações gerais em 90 dias, sem a participação dos parlamentares envolvidos em qualquer investigação. Gente nova.”
Mourão: Excelente pergunta. Primeira coisa, o nosso comandante, desde o começo da crise, ele definiu um tripé pra atuação do Exército. Então eu estou falando aqui da forma como o Exército pensa. Ele se baseou, número um, na legalidade, número dois, na legitimidade que é dada pela característica da instituição e pelo reconhecimento que a instituição tem perante a sociedade. E número três, não ser o Exército um fator de instabilidade, ele manter a estabilidade do país. É óbvio, né, que quando nós olhamos com temor e com tristeza os fatos que estão nos cercando, a gente diz: ‘Pô, por que que não vamo derrubar esse troço todo?’ Na minha visão, aí a minha visão que coincide com os meus companheiros do Alto Comando do Exército, nós estamos numa situação daquilo que poderíamos lembrar lá da tábua de logaritmos, ‘aproximações sucessivas’. Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso. Agora, qual é o momento para isso? Não existe fórmula de bolo. Nós temos uma terminologia militar que se chama ‘o Cabral’. Uma vez que Cabral descobriu o Brasil, quem segue o Cabral descobrirá alguma coisa. Então não tem Cabral, não existe Cabral de revolução, não existe Cabral de intervenção. Nós temos planejamentos, muito bem feitos. Então no presente momento, o que que nós vislumbramos, os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, né, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução. E essa imposição ela não será fácil, ele trará problemas, podem ter certeza disso aí. E a minha geração, e isso é uma coisa que os senhores e as senhoras têm que ter consciência, ela é marcada pelos sucessivos ataques que a nossa instituição recebeu, de forma covarde, de forma não coerente com os fatos que ocorreram no período de 64 a 85. E isso marcou a geração. A geração é marcada por isso. E existem companheiros que até hoje dizem assim, ‘poxa, nós buscamos a fazer o melhor e levamos pedradas de todas as formas’. Mas por outro lado, quando a gente olha o juramento que nós fizemos, o nosso compromisso é com a nação, é com a pátria, independente de sermos aplaudidos ou não. O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos de qualquer maneira atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver, haverá. Mas hoje nós consideramos que as aproximações sucessivas terão que ser feitas. Essa é a realidade. 

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