No mesmo dia em que a PGR pediu a inclusão do nome de Michel Temer em inquérito sobre suposto repasse ilegal ao MDB pela Odebrecht, a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha entrou com um recurso no Supremo pleiteando que Cármen Lúcia tire o caso do ministro Edson Fachin. A presidente do STF já havia rejeitado a mudança, mas os advogados de Cunha insistem. Argumentam que não há conexão entre os fatos investigados e os desvios na Petrobras apurados na Lava Jato. A informação é de Daniela Lima, no Painel da Folha deste sábado.
O inquérito 4462 apura relato de delatores sobre um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, no qual a cúpula do MDB teria solicitado R$ 10 milhões à Odebrecht. Temer não estava entre os investigados, mas dois de seus principais ministros, sim: Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
A procuradora-geral, Raquel Dodge, pediu que Temer fosse incluído no inquérito no último dia 27 –mesma data em que o recurso dos advogados de Cunha chegou ao STF. No início de fevereiro, o próprio Fachin entendeu que não deveria mais relatar o caso acatando a tese de que não há vínculo com a Lava Jato.
Cármen Lúcia vetou a redistribuição. Cunha, que é citado nos autos do processo, mas não investigado, pede que, caso ela rejeite o novo recurso, submeta o tema ao plenário da corte.
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