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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Exército para liberar estradas

A medida, considerada extrema e indesejada, já vinha sendo avaliada pela área de inteligência e segurança do governo

Governo pode usar Exército para liberar estradas
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 37 MINS POR IGOR GIELOW
BRASIL EXTREMO
Ogoverno federal debate a conveniência do uso das Forças Armadas para liberar 
estradas bloqueadas por caminhoneiros caso não haja um refluxo no movimento, que 
entrou no quinto dia nesta sexta (25).

indesejada, já vinha sendo avaliadaA medida, considerada extrema e 
 pela área de inteligência e segurança do
 governo. Na noite de quinta, a Casa Civil
 havia anunciado uma trégua com as 
principais entidades do setor, congelando o preço do diesel que move os caminhões por 
30 dias e pedindo duas semanas para retomar a negociação.
Até o fim desta manhã, contudo, não havia sinais de arrefecimento daquilo que os 
caminhoneiros chamam de greve, mas que o governo já identifica majoritariamente 
como um locaute -quando empresários incentivam a disrupção de um setor econômico 
para tentar auferir vantagens, o que é ilegal. Ainda assim, há também um fator de
 espontaneidade na paralisação que intriga e preocupa o governo, temeroso de uma
 repetição nas estradas do cenário urbano dos protestos de junho de 2013.
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse nesta manhã que era preciso esperar para que o
 acordado com as associações na quinta chegasse à base, mas convocou uma reunião
 de emergência no Planalto para avaliar o contexto. Enquanto isso, em alguns 
pontos do país, o estrangulamento causado pela ausência de transporte de combustível
 chegou a níveis drásticos. O aeroporto de Brasília, terceiro mais movimentado e
 maior centro de distribuição de conexões do país, está sem querosene de aviação, por 
exemplo.
O governo hesita em usar o Exército, numa semana marcada por inação política e 
diversos movimentos contraditórios e desastrosos por parte de seus aliados na chefia 
do Legislativo. O agravamento exponencial da crise na quinta levou àquilo que, no 
Ministério da Defesa, se chama de recurso ao "posto Ipiranga" -referência, irônica no 
contexto atual, à propaganda da distribuidora de combustíveis que promete resolver todos 
os problemas do cliente em uma visita. No caso, o "posto Ipiranga" são os militares.
Inicialmente, o Ministério da Segurança Pública defendia que um desbloqueio fosse
 feito com forças regulares, das PMs estaduais e da Polícia Rodoviária Federal.
 Durante a quinta, monitoramento feito pelo Exército indicou que os bloqueios 
estavam sendo feitos de forma ordeira, embora aqui e ali fossem registrados incidentes.
 Com a demora na solução negociada, há uma crescente leitura de que a medida mais 
drástica poderá ser mais efetiva. Não será algo inédito, se ocorrer. Em 1999, o então
 presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou a convocar o Exército para a
 mesma missão, e a mera ameaça debelou o movimento.
O perigo mora, para o governo, no exato contrário: se a medida, a exemplo da
 repressão policial que incendiou os protestos de 2013, acabe por radicalizar o movimento.
 O fato de a gestão do presidente Michel Temer (MDB), significativamente ausente das 
discussões, ter virado um para-raios de insatisfação popular em praticamente qualquer 
decisão que tome também pesa na equação. Com informações da Folhapress.
Madalena França do Notícia ao Minuto Brasil

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