A inflação de agosto, que prometia apontar uma pequena queda em reação à de julho, pode frustrar esta expectativa, com o anúncio, hoje, de um aumento de 3,4% nos preços cobrados nas refinarias.
O novo valor entra em vigor amanhã e, neste momento, muitos postos estão recalibrando as bombas para cima, e certamente e, mais do que os 9 centavos que se cobrará a mais por litro para encher os caminhões tanques das distribuidoras.
Mesmo antes do anúncio, as previsões para o IPCA do mês já vinham subindo. Dos 0,44% da semana anterior já foi para 0,55% na projeção da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima.
Ainda bem abaixo dos 0,97% registrados semana passa ]da pela Fundação Getúlio Vargas, embora deva ser considerado que o final do ciclo de absorção do aumento da energia elétrica provavelmente o faria reduzir a taxa.
A questão é que a inflação de agosto de 2020 foi baixa – 0,24% – e uma taxa superior a 0,7% no mês atual já joga o índice anual para 9,5%, bem perto da marca temida da inflação de dois dígitos.
O preço dos alimentos seguem em alta: nos reportes da Cepea/USP, registram-se neste momento altas no tomate, açúcar, ovos, arroz, laranja e limão, entre outros.
A queda nas vendas do varejo em junho, apontada hoje pelo IBGE, já reflete esta elevação dos preços: as vendas caíram 1,7%, embora o valor tenha subido 2,5%.
Nos supermercados, setor onde a demanda não é elástica no tempo, como pode ocorrer em outras aquisições eletivas, a queda do volume de vendas, comparado o primeiro semestre de 2021 ao desastroso caos dos primeiros seis meses do ano passado, o volume de vendas baixou 2,2%, muito para um consumo já sempre insuficiente.
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