Há dois anos, um bando de desclassificados produziam a cena dantesca do “circo do impeachment”, com direito a enrolarem-se em bandeiras do Brasil, mandarem alô para mamães e netinhos e soltarem confete no plenário da Câmara.
A imprensa e seus comentaristas previam uma primavera, com um “presidente” que reverteria a crise econômica, atrairia o dinheiro estrangeiro e, sobretudo, estender-lhes-ia (que seja a homenagem fúnebre) o tapete para a chegada “democrática” ao poder.
Hoje, na coluna de Monica Bergamo na Folha, os tucanos, cheios da empáfia inicial de “donos” do governo Michel Temer – a ponto de esnobarem, via Fernando Henrique, o próprio titular “é o que temos” do Planalto – fala que o tucanato já espera, até, um enxovalhante índice de 3% nas próximas pesquisas de intenção de voto presidencial.
E não porque tenha surgido um “inesperado”, um outsider, como virou moda dizer. Os que apareceram foram inutilizados pelo medo ao clima de linchamento que passou a dominar a política.
Perderam por si mesmos, seja com o aferramento a um governo que, de pouco, foi a literalmente nada em matéria de apoio popular, seja com o agrupamento de seus mais ferozes apoiadores a Jair Bolsonaro, seja com a execreação em praça pública de seu principal símbolo recente, Aécio Neves.
Como Pirro, a vitória lhes custou tanto que sua força eleitoral já se reduz a perto de um décimo da dos que derrotou: Lula e o termo que inventaram, o tal lulopetismo.
A agonia de Alckmin se prolonga sob os olhos impiedosos de João Doria, desde sempre interessado no minguante espólio do PSDB e, hoje, única porta aberta a Temer para a “defesa do seu legado”.
Com a direita, eleitoralmente, perdida num mato sem cachorro, até um poodle político – que como rosna! – passa a ser viável.
Ainda mais quando o decoroso e tímido juiz Sérgio se dispõe a leva-lo a passeio, como fez ontem, em Nova York, e mais uma foto para ilustrar o bico grande da Lava Jato.
Madalena França Via Tijolaço
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