As respostas de Ciro Gomes, hoje, na “sabatina” em que a Folha inquire os candidatos à Presidência estiveram bem longe de ser os “acenos ao mercado” que a maioria dos presidenciáveis vem fazendo.
Duas questões de destacam: as promessas de revogação da emenda constitucional do teto de gastos públicos e a reforma trabalhista.
São, junto com a venda de patrimônio público (especialmente no setor de petróleo), aquilo que o golpe conseguiu entregar ao “mercado”e que Ciro promete reaver.
Desta vez não tocou na entrega das jazidas do pré-sal – que já tinha anunciado estar disposto a retormar de seus compradores, indenizando o que estes pagaram – mas sinalizou que este pode ser o caminho se consumada a venda da Embraer à Boeing.
O candidato do PDT também foi desagradável à turma da bufunfa quando falou em criar limites mais rígidos ao pagamento de juros e em aumentar a carga tributária dos ricos e das operações financeiras, uma maldição para o mundo do rentismo brasileiro.
Na política, seguiu sua estratégia mais recente de não polemizar com o PT e nem sequer colocar um acordo com os petistas como ponto central de sua agenda política.
Um bom desempenho para quem quer crescer ao centro e à esquerda. Dureza, mesmo, só para Jair Bolsonaro.
E que há muita água para rolar em relação à candidatura Lula, que segue sendo a mais forte, disparado, entre todos e que só seus adversários acham que pode desaparecer com um estalar de dedos do Judiciário.
O bate-boca com Ciro é o pior caminho para quem quiser evitar que ele tome, na prática, terreno ao PT.
Se ele está errado ao crer que o favoritismo e o peso de Lula estão fadados a desaparecer, está errado. Mas não vem aceitando, de tempos para cá, a polêmica com os petistas, numa estratégia que tem como maior obstáculo seu comportamento explosivo.
Madalena França via Tijolaço.
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