Vendeu-se o que não se podia entregar: uma política de preços de combustíveis alienada das condições econômicas do país.
O Governo obrigou e Pedro Parente, o “mercadista” posto por Michel Temer por Michel Temer para dirigir a Petrobras “sem ingerências políticas” anunciou a redução em 10% do preço do diesel nas refinarias, ou 23 centavos por litro.
E um congelamento por 15 dias do preço cobrado nas refinarias, prazo no qual o Governo conta negociar alguma redução dos impostos.
Dentro de pouco tempo vamos assistir a ira de Míriam Leitão com a medida, porque significa que a Petrobras, afinal, é uma empresa pública, com responsabilidades políticas e compromisso com o funcionamento da economia do país.
E, com mais algumas horas, a queda das ações da empresa, com o “mercado” cobrando seu preço pelo fato de ter comprado que a empresa seguiria praticando uma política selvagem de preços, ao menos no diesel – porque no da gasolina, para desespero da classe média, parece que a selvageria seguirá.
A consequência provável será uma queda forte do preço das ações da empresa e, pelo seu peso, a Bovespa abaixo dos 80 mil pontos.
Pedro Parente, ministro do Apagão de FHC, sofre seu segundo curto-circuito.
Não se sabe se o movimento dos caminhoneiros arrefecerá , embora seja provável que isso se dê, mesmo que tenham sentido, nesta decisão, a força que tiveram.
O governo “piscou” neste duelo e não há nada que indique que, como promete Parente, em 15 dias, mesmo com a abolição de impostos, a Petrobras possa reverter, de uma só vez, uma variação brutal em sua receita.
Ao contrário, vão se avolumar, no Congresso, a pressão para que redução semelhante se dê também nos preços cobrados pela gasolina: afinal, a gasolina tem eleitores e o ano é eleitoral.
E, se pode se “depenar” dos impostos sobre o diesel para salvar-se dos caminhoneiros, Temer não pode determinar o mesmo sobre a gasolina.
O que era um desastre encaminha-se, agora, para ser uma bagunça.
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