Em agosto de 2012, após quatro anos de investigação, a Polícia Federal concluiu o primeiro inquérito sobre o caso Alstom. Sem acesso a dados bancários e fiscais da Suíça, conseguiu apenas reunir provas parciais.
O inquérito foi para as mãos do procurador de SP Rodrigo De Grandis, que, um ano depois, não apresentou denúncia.O procurador reclamava que a peça suíça era “pouco fundamentada”. Os procuradores suíços, denunciaram a falta de cooperação brasileira.
Agora, seis anos depois, as autoridades brasileiras começam a se mexer em um momento em que, obviamente, deve ser tarde demais
Agora, as autoridades suíças voltam a cobrar o Brasil informando que quarenta e três dias depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa (empresa responsável por obras rodoviárias de São Paulo), em 24 de maio de 2007, o engenheiro Paulo Vieira de Souza abriu quatro contas em Genebra.
Fontes ligadas ao órgão afirmam que está nesse período a maior parte dos depósitos de Souza naquele país.
As quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões quando Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, no começo de 2017. O valor equivale a R$ 121 milhões, quando corrigido pela cotação da última sexta (4).
Na Suíça, o ex-diretor da Dersa já estava sob investigação das autoridades que cuidam do combate à lavagem de dinheiro e corria o risco de ter os R$ 121 milhões sequestrados pelas autoridades.
Souza foi preso em 6 de abril pela Operação Lava Jato em São Paulo, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões na obra do Rodoanel Sul, o que seus advogados negam.
A Folha revelou na última quarta (2) que a propina supostamente entregue a Paulo Preto em seis obras da prefeitura e do governo paulista, segundo o relato de delatores, pode chegar a R$ 173 milhões
Madalena França via Manuel Mariano.
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