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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

No Bolsa Família, como no INSS, a “fila” é arrocho nos pobres


(Tijolaço)
Tal como vem se dizendo aqui que o atraso gigantesco na concessão de benefícios previdenciários não é resultado de uma explosão (que por sinal, nem houve) no número de pedidos de aposentadoria – estes representam apenas 1/3 da fila e não exigem “novos programas, um vez que são, na grande maioria, devidos pelas regras anteriores à reforma – , também a fila de 1 milhão de pedidos de “Bolsa Família” é um expediente para que o governo possa fazer “caixa” e apresentar saldos, ou déficits menores, nas contas do Tesouro.
Problemas gerenciais pode e, de fato, devem existir, mas a essência do caso é “fazer receita” empurrando despesas para a frente.
No caso do Bolsa Família, até com mais crueldade do que na Previdência, porque todos são gente que está em estado de necessidade e os números que a Folha traz hoje mostram que esta gente é um multidão.
Dos 250 mil benefícios concedidos antes, o número de liberações de pagamento baixou para meros 5,4 mil, na média dos últimos meses.
2%, o que quer dizer que de cem famílias carentes, 98 ficam a ver navios.
O que, no caso, muitas vezes é passar fome.
Se este país tivesse ainda um Ministério Público, este estaria acionando o governo para cumprir a lei que instituiu o Bolsa Família e obrigando ao exame dos pedidos em caráter de urgência, pois se trata de recursos comparáveis jurídicamente aos alimentos.

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