Da Coluna do Magno Martins
Mais uma vez, Daniel Coelho disputa a Prefeitura do Recife nas eleições de outubro. Na terceira tentativa, agora filiado ao PSD, depois de usar o verde do PV como seu maior símbolo nas duas tentativas anteriores, mesmo estando filiado ao PSDB, tem o apoio escancarado da máquina estadual.
Diferente das vezes anteriores, quando não tinha nenhuma estrutura de campanha além do PSDB, agora conta no seu palanque com a governadora Raquel Lyra (PSDB). Em 2012, quando entrou no jogo para tentar governar a capital, teve um desempenho espetacular, ficando em segundo lugar, perdendo para Geraldo Júlio (PSB).
Teve 245 mil votos, correspondente a 27,6% dos votos. Em 2016, já não conseguiu bom desempenho. Sua votação caiu para 162 mil votos, 18,59% dos votos válidos, sendo reeleito Geraldo Júlio no segundo turno contra João Paulo (PT). Na corrida por uma vaga na Câmara dos Deputados, com o recall obtido como candidato majoritário no Recife, Daniel teve 138 mil votos na eleição de 2014 e 97 mil votos na reeleição, em 2018.
Nas eleições de 2022, levou um tombo, não emplacando a reeleição para o terceiro mandato. Embora com uma votação expressiva, acima de 110 mil votos, seu partido, o Cidadania, que fechou uma federação com PSDB, não atingiu o quociente eleitoral. Eleita, Raquel o nomeou secretário de Turismo, mas lhe fez uma maldade: não teve autonomia para escolher o presidente da Empetur, órgão executor das políticas públicas do setor turístico do Estado.
Não poderia ser diferente: geriu a pasta como uma “Rainha da Inglaterra”. Na vida pública, em sentido metafórico, o termo designa de forma depreciativa alguém cujo poder é apenas simbólico, carregando mais pompa do que peso político real. Empurrado na disputa no Recife pela governadora, Daniel, ao contrário das duas vezes que tentou a Prefeitura, aparece nas pesquisas com uma performance medíocre.
Nos dois mais recentes levantamentos, após o início da campanha de rua, não consegue passar de 5%. O que torna isso mais grave ainda é que está abaixo do candidato bolsonarista, o ex-ministro Gilson Machado, do PL. O que está acontecendo com Daniel? Das duas, uma: ou perdeu musculatura eleitoral no Recife ou Raquel está afundando-o?
Posição vexatória – Em resposta a indagação que fiz no abre desta coluna, as duas assertivas cabem no contexto. Daniel virou um pato manco na política estadual, parece fatura vencida. Quanto a Raquel, na condição de pior governadora do Nordeste e terceira mais rejeitada do País, não pode se transformar num cabo eleitoral de envergadura. Com a governadora no palanque no Recife, Daniel corre o risco de sofrer o maior massacre eleitoral da sua trajetória política, com um vexatório terceiro lugar, abaixo de Gilson Machado.
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