TV 247 - Irmão de Lula, o militante sindical José Ferreira da Silva, conhecido como 'Frei Chico' desde os tempos de militância contra o regime militar, relatou em entrevista à TV 247 os últimos momentos que passou ao lado do ex-presidente, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, antes de ele se apresentar à Polícia Federal para ser preso, no último dia 7.
Na conversa com os jornalistas Gisele Federicce e Alex Solnik, ele conta a história de sua ligação com as lutas nos movimentos sociais, descreve como Lula ingressou na luta política - através dele próprio, Frei Chico, na luta sindical, e acredita que o irmão tem condições emocionais de superar a solidão do cárcere.
Lula tem a tranquilidade dos inocentes
Frei Chico afirma que o irmão está sendo preso por algo que não fez, por isso está tão tranquilo. "Considero que Lula está muito bem preparado para enfrentar essa solidão. Eu acho que ele está preparado para ficar sozinho quantos dias forem necessários. Ele sabe que está lá por conta dos benefícios que trouxe ao povo brasileiro”, salienta.
"Em nenhum momento Lula cogitou sair do país ou não se entregar. Meu irmão é categórico ao afirmar que o Judiciário terá que provar todas as acusações falsas contra ele”, ressalta. Segundo Frei Chico, Lula ficava nervoso quando alguém, como ele mesmo, sugeria "alguma outra solução" em vez de se apresentar à PF.
Frei Chico, que foi líder sindical e "sequestrado" - como ele mesmo definiu - e preso durante a ditadura militar, relata a pressão dos agentes, à época, já para delatar o irmão. “Levaram-me para uma sessão de tortura, queriam que eu confessasse que Lula foi para o exterior enviar uma carta a Luís Carlos Prestes. O meu irmão nem sabia direito quem era o Prestes, isso nunca ocorreu”, relata.
Ele conta como Lula foi introduzido no mundo político. “Eu comecei a militar no movimento sindical desde os 17 anos e estava trabalhando em uma metalúrgica junto ao Lula. Em certo momento, ocorreu uma eleição e me pediram para indicar alguém para a chapa. Eu não podia participar, então não pensei duas vezes e indiquei o meu irmão. Após muito convencimento, porque existia resistência na família do seu envolvimento com o sindicato, ele resolveu disputar a chapa. A partir do momento que Lula conheceu a estrutura sindical, ele deslanchou”, relembra.
Mobilização é a saída para o golpe
Sobre o momento complexo que o país enfrenta, Frei Chico considera um grave erro dos governos anteriores não ter educado politicamente a população, retirando da sociedade a capacidade para o debate. “Esse golpe foi muito bem preparado e conquistou diversos setores, contanto com a influência internacional, tem dedo externo, isso é claro. Qual a sentido mesmo de desmoralizarem a Petrobras?", questiona.
O sindicalista conclui dizendo que é necessário convocar a população brasileira contra o desmonte do País. "Temos que mobilizar forças, articular com diversas frentes, cobrando o Judiciário e demonstrando que o povo não aceita o Brasil do jeito que está”, defende. Ele resiste, no entanto, à ideia de se realizar uma greve geral: "não podemos desperdiçar nossa arma mais preciosa". Inscreva-se na TV 247 e confira a entrevista com Frei Chico:
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