Redação PragmatismoEditor(a)
Possível transferência de Lula para presídio que possui policiais condenados e pessoas com distúrbios mentais é preocupante, diz advogada. Pedido de transferência foi protocolado por delegado fã de Bolsonaro
O Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná, é um dos possíveis destinos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após pedido de transferência feito pelo Sindicato dos Delegados da Polícia Federal. De acordo com a advogada Tânia Mandarino, colocá-lo lá é perigoso, já que o local possui policiais condenados e pessoas que respondem a medidas de segurança em função de distúrbios mentais.
“Há a discussão se ele vai para um quartel ou presídio. Neste ano, dois presos já foram assassinados no CMP. Pelo Código de Processo Penal, o quartel seria a melhor alternativa“, afirma a advogada, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria na Rádio Brasil Atual. Ela diz ter a informação de que já existe a preparação de uma cela no complexo para o ex-presidente.
Ela também aponta que o pedido feito pelo presidente do sindicato da PF, Algacir Mikalovski, mostra que há uma contaminação da Polícia Federal, já que o delegado é simpatizante do pré-candidato Jair Bolsonaro e já se candidatou à deputado estadual.
“Essa contaminação da Polícia Federal é nítida. Com o delegado sendo pró-Bolsonaro de forma descarada deixa a gente preocupada. Nós sabemos que o chefe de segurança do Complexo Médico Penal de Curitiba tem um quadro na sua sala em apoio ao Bolsonaro“, acrescenta.
A advogada também falou que recebeu ameaças de morte em função da notícia-crime sobre o atentado aos ônibus da caravana do Lula pelo sul. Segundo ela, o procurador já encaminhou o processo para a cidade de Laranjeiras do Sul, mas teme por um desfecho negativo. “Existe uma tendência do delegado enquadrar o caso como um mero disparo de arma de fogo com dano ao ônibus. A gente não concorda, aquilo foi tentativa de homicídio, mas esperamos que a Procuradoria não mude isso.”
Além disso, Tânia também fez ponderações sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de remeter o processo do agora ex-governador Geraldo Alckmin à Justiça Eleitoral. “O tratamento às pessoas que não filiadas ao PT é diferente. Tecnicamente é que os defensores do Alckmin, o que inclui a Procuradoria, entenderam que a renúncia dele ao cargo de governador tirou o foro privilegiado e pediram para que ele não fosse investigado pela Lava Jato. Isso foi atendido prontamente. Uma denúncia de propina virou denúncia de caixa 2 de campanha. É uma vergonha“, criticou.
A advogada adiantou que o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel virá visitar o ex-presidente em Curitiba. A intenção dele é vir com parlamentares do Mercosul. “Nós esperamos que ele possa visitar Lula e não façam com ele o que fizeram com os governadores, sem passarmos outra vergonha internacional“, afirma, lembrando da proibição judicial da visita de governadores ao ex-presidente.
Ouça a entrevista na Rádio Brasil Atual:
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