Uma das falas mais significativas do ex-presidente Lula, antes de ter sua prisão decretada, dava conta de que não acreditava em teoria da conspiração mas, a Lava Jato o teria feito mudar de ideia. Assim, fez a seguinte pergunta. Eu ia aos EUA fazer palestra e voltada no dia seguinte, o que o Moro vai fazer lá durante 10 dias? Palestra é que não é.
Às vezes o óbvio é mais difícil de ser compreendido e nesse caso, não é diferente. O que poucas pessoas sabem, é que todo esse “combate à corrupção” nasceu da queda das torres gêmeas, em 11 de setembro. A Guerra ao Terror foi uma arma valiosa para construir um sistema de cooperação internacional que envolvia os Ministérios Públicos, as Polícias Federais e as Varas de Combate à Lavagem de Dinheiro. Entraram na América do Sul através de uma “denúncia” da CIA, de que havia um grupo terrorista ligado à Al-Qaeda na tríplice fronteira.
Não por acaso, os golpes iniciaram por ali. No discurso de combate à corrupção, fizeram juízes e procuradores assistiram cursos contra a lavagem de dinheiro, pagos pelo próprio governo local. Isso mesmo, todos nós pagamos para Moro ir aos EUA, em meados dos anos 2000, para ser doutrinado nesses cursos. Ao retornar, estaria apto a prestar cursos para os demais procuradores locais. Foram esses cursos que apareceram nos documentos do Wikileaks, em que Moro era palestrante (veja aqui o documento traduzido do Wikileaks).
O discurso principal, defendido pelo governo americano, era da grande necessidade de asfixiar financeiramente tais grupos terroristas. Como resultado, a cooperação teve dois pilares centrais. Os países periféricos do capitalismo, principalmente os que são chamados de “em desenvolvimento” e o Suíça, local para onde se envia todo o dinheiro fruto de corrupção em todo o mundo. Não a toa, que Moro conversava, em termos de troca e envio de provas lícitas e ilícitas, com os EUA e, principalmente, com a Suíça.
O sistema não nasceu para dar golpes mas, se concebeu na possibilidade de uma guerra financeira contra grupos antagônicos aos interesses americanos. É aí, que tudo vira, os BRICS, em certo momento, decidiram trocar o Dólar, por uma cesta de moedas. Como os BRICS já representavam cerca de 45% da economia mundial, se isso saísse do papel, os americanos estavam falidos, já que são os únicos capazes de emitir moeda internacional, o Dólar. É assim que conseguem ser a nação mais endividada do mundo e, ao mesmo tempo, gozar de grande credibilidade e crença na solidez.
Com esse breve apanhado, fica simples compreender o sentido real da afirmação: Prendeu Lula e foi aos EUA. Sem qualquer sombra de dúvida, retomo a pergunta do ex-presidente, o que Moro foi fazer nos EUA?
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