Esse contingente soma cerca de 4,5 milhões de pessoas, ou 5% de todos os brasileiros que tiveram renda do trabalho no ano
© Bruno Domingos/Reuters
ECONOMIA IBGE
Orendimento médio mensal dos trabalhadores mais pobres no Brasil caiu a R$ 47 em 2017, ante R$ 76 no ano anterior, informou nesta quarta (11) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A queda reflete a situação do mercado de trabalho no país, com o fechamento de vagas com carteira assinada. Também caiu a renda média dos trabalhadores que estão entre os 1% mais ricos, que passou de R$ 28.040 para R$ 27.213.Esse contingente soma cerca de 4,5 milhões de pessoas, ou 5% de todos os brasileiros que tiveram renda do trabalho no ano.
Os dados fazem parte da pesquisa "Rendimento de todas as fontes", um extrato da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada nesta quarta (11). É a segunda vez que os dados são compilados pelo IBGE e, por isso, não há comparações de médio e longo prazo.
A pesquisa verificou estabilidade na desigualdade de renda no país. Assim como no ano anterior, os 10% mais ricos concentraram em 2017 43% da massa de rendimentos do país, que somou R$ 263 bilhões. A diferença salarial entre o 1% mais rico e os 50% foi de 36,1%, estável em relação aos 36,3% verificados em 2016.
"Apesar da estabilidade, os dados mostram que o Brasil é um país de grandes desigualdades, na comparação com outros países, e de grandes desigualdades internas, se compararmos entre as regiões", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A pesquisa detectou que, com a crise, aumentou a participação de outras fontes, além do trabalho, na renda dos brasileiros.
A fatia referente a rendimentos obtidos com trabalhos caiu de 74,8% para 73,8%. Com relação a 2016, o número de brasileiros que recebeu rendimentos de todos os trabalhos caiu 0,4%, de 87,095 milhões para 86,785 milhões. Já os que têm outras fontes de renda cresceu 1,3%, de 49,314 milhões para 49,957 milhões.
Nas outras regiões, segundo o IBGE, houve aumento do rendimento médio mensal, considerando todas as fontes de renda. A maior alta foi verificada no Centro-Oeste, beneficiado pelo desempenho da agroindústria, onde o rendimento mensal cresceu 3,7% em 2017, para R$ 2.512.
Já o rendimento médio de outras fontes foi de R$ 1.382, alta de 2,3% com relação a 2016. Neste caso, a alta foi verificada em todas as regiões. Entre as pessoas que declararam ter recebido outras fontes de renda, 14,1% citaram aposentadorias e pensões. Outras 2,4% disseram receber pensões alimentícias, doações ou mesadas e 1,9%, aluguéis e arrendamentos.
De acordo com o IBGE, 7,5% dos entrevistados disseram receber outros rendimentos, como seguro-desemprego, programas de transferência de renda ou rendimentos de poupança, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Considerando a renda do trabalho com outras fontes, a renda mensal do grupo que compõe os 5% mais pobres foi de R$ 40, contra R$ 49 no ano anterior. Já entre os 5% mais ricos, foi de R$ 15.504.
Apesar da crise, o percentual de domicílios brasileiros que recebem o programa Bolsa Família caiu para 13,7% em 2017, ante 14,3% no ano anterior. De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal dos domicílios que recebem Bolsa Família foi de R$ 324 em 2017. Com informações da Folhapress.
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