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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O tirano já não tem receio: é “Brasil, ame-o ou deixe-o”


Já não há nenhum receio, depois do espetáculo de frouxidão que deu hoje a Justiça Eleitoral.
Em teleconferência para seus adeptos, conforme registra a Folha, Jair Bolsonaro anunciou a ditadura que será o seu governo:
Em fala de cerca de dez minutos, prometeu “uma limpeza nunca vista na história desse Brasil” se eleito.
“Vamos varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil”, afirmou, sob gritos de “Fora PT”.
“Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou [então] vão para fora ou vão para a cadeia.”
“Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”,acrescentou.
“Senhor Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para assinar o decreto de indulto, vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia”, disse Bolsonaro, aos gritos de “mito”.
“Brevemente você terá (o senador petista) Lindbergh Farias para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também, mas não será para visitá-lo não, será para ficar alguns anos ao seu lado.”
Realmente, só quem fala em fechar o STF é que precisa de psiquiatra?
Ou será que, quando os fanáticos saírem pelas ruas a “varrer do mapa” os que julgam vermelhos, ou negros, ou gays, ou sindicalista, ou qualquer coisa que não se enquadre no padrão “coxinha” ou no de “pobre obediente”, o fascista dirá que “não tem controle sobre este pessoal”?
Se o “fuhrer” nem sequer espera as urnas, porque as suas tropas hão de esperar? Ainda mais com uma imprensa e uma justiça que saíram da covardia para a cumplicidade.
A Folha, aliás, apesar de diretamente ameaçada, chamada de “maior fake news do Brasil” e avisada que não terá mais publicidade estatal está tão acovardada que nem mesmo chama estes absurdos na capa do site, quatro horas depois de te-los registrado.
E dias depois de, num ato de cinismo que agora está evidente, ter dito que ambos os candidatos era iguais.
A “pistolinha” com as mãos está virando a nossa saudação nazista e o “mito” o nosso “heil”.
É evidente que se uma ditadura militar como as dos anos 70 não se sustenta no século 21, menos ainda uma ressurreição do nazismo prevalecerá.
E quem se aliou a isso, sejam os liberais covardes, seja a pseudoesquerda oportunista, seja os que enlameiam, outra vez, o Exército Brasileiro, vai para a lama junto com o esterco que estão levando ao poder.
O fantasma de Emílio Médici está diante de nós. Mas fantasmas podem aparecer, mas não podem existir.
Por Madalena França via Tijolaço

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