Postado por Madalena França via Magno Martins
O tiro não disparado por Janot e seus efeitos na Lava Jato. Dora Kramer, José Benedito da Silva e Ricardo Noblat comentam a reportagem de capa de VEJA sobre as surpreendentes revelações do ex-PGR.
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Do Podcast da Veja - Por Lui Felipe Castro
Reportagem de capa de VEJA desta semana revelou a intenção do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de assassinar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, com um “tiro na cara” e, em seguida, se suicidar. As chocantes declarações provocaram reações em Brasília. Gilmar Mendes aconselhou que Janot procure ajuda psiquiátrica, enquanto o ex-deputado Eduardo Cunha tratou o ex-PGR como um psicopata.
Dora Kramer destacou o “desequilíbrio” de Janot, que considerou “algo absolutamente surpreendente e inimaginável, embora reflita o clima exacerbado do país” e disse que o fato é bastante negativo para o para o Ministério Público como instituição. Ricardo Noblat ironizou a alegação do ex-PGR de que a “mão de Deus” teria retido seu ímpeto assassino, enquanto José Benedito considera que o “tiro não disparado” por Janot atingiu em cheio a Operação Lava Jato, que que já vinha sendo alvejada de todos os lados.
Os colunistas também comentaram sobre a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que formou maioria pela tese que pode anular sentenças da Lava Jato, entre elas a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sobre a decisão do Congresso de rejeitar 18 vetos feitos por Jair Bolsonaro nas leis de abuso de autoridade. Dora Kramer destaca os novos revezes para a operação, mas considera exageradamente alarmista falar em “enterro da Lava Jato”.
Noblat, por sua vez, viu como “curioso e irônico que o enfraquecimento da Lava Jato esteja ocorrendo no governo do capitão e do juiz” e disse estranhar o silêncio do presidente Jair Bolsonaro diante dos últimos fatos. Os jornalistas também comentaram sobre o discurso de Jair Bolsonaro na ONU no início da semana. José Benedito considera que o presidente agradou o “núcleo duro” do bolsonarismo, mas perdeu uma grande oportunidade de assumir uma atitude mais ponderada e melhorar sua imagem perante os líderes mundiais.
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