Lá vai passando a boiada
Vagarosamente, na terra do nada
Nada tem, nada vi, nada sei
Tudo certo, tudo ou nada
E lá vai a boiada...
O barulho virou silêncio
E no silêncio a ação
Na pasta, no bolso ou nas mãos
Completa Subversão.
E lá vai a poiada...
Fedida, envaidecida ou envergonhada
Na lama do mal, já embriagada
Quando a turma canta, a gente dança
Na terra do nada.
Na caverna do cinismo
Na esquina do Poder
No beco da obscuridade
Tudo, pode acontecer.
E lá vai a boiada...
E quando o silêncio fala
Não precisa dizer mais nada
Ele escreve um livro inteiro
No mungido da boiada.
E lá vem chegando Dezembro
Sem mais nada pra perder
Que lá na terra do nada
Não há mais nada a fazer.
Tudo já está dominado
O silêncio ensurdeceu
O Poder tem o poder
De um poder que se perdeu.
Lá vai passando a boiada
Que dizendo sem dizer nada
Quem não for alienada
Sem ouvir já entendeu.
Por Madalena França.
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