Do blog do Magno Martins
Postado por Madalena França
As mulheres comemoraram, ontem, o seu dia, a data internacional do então classificado sexo frágil. No Brasil das taxas mais altas de violência contra a mulher fica difícil levantar uma taça de brinde à data. Segundo as últimas pesquisas sobre igualdade de gênero realizadas no Brasil, a realidade de ‘ser mulher’ no Brasil ainda é marcada pela desigualdade e a violência.
É o que aponta a pesquisa “Visível e Invisível”, produzida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o levantamento, mais de 18 milhões de mulheres sofreram alguma forma de violência em 2022 no País, 5,88% a mais do que no ano anterior. Os dados revelam que existe uma verdadeira ‘epidemia de violência’ contra as mulheres – por meio de ofensas verbais, perseguição, ameaças, chutes e socos, 14 mulheres foram agredidas por minuto.
A violência não para por aí: o país registrou, em 2022, um caso de feminicídio por dia, atesta a pesquisa “Elas Vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da Segurança. Isso significa que, por dia, uma mulher perdeu a vida simplesmente pelo fato de ser mulher. “Seja por causa de sua condição de gênero, por conta de relacionamentos abusivos ou por não seguirem normas tradicionais de gênero, centenas de mulheres são assassinadas, ou seja, sofrem feminicídio.
Desde 2015, a lei considera isso um crime hediondo. Além disso, conforme aponta a FBSP, 46,7% das mulheres brasileiras de 16 anos ou mais sofreram alguma forma de assédio no último ano – isso equivale a 30 milhões de pessoas que não tiveram seus corpos respeitados nas ruas, no trabalho, no transporte público ou até mesmo dentro de casa.
Domésticas sofrem mais – Relatos de violência doméstica que atravessam gerações não são incomuns dentro dos lares brasileiros. Para a advogada especialista em Direitos Humanos, Mayra Cardozo, uma das principais medidas que o estado deve adotar em relação ao combate à violência doméstica é trazer educação sobre esse tema desde a base educacional, para que essa cultura de violência seja interrompida e tratada em sua raiz. “Quando falamos de violência doméstica, nada mais é do que uma consequência de uma sociedade patriarcal e opressora. As políticas públicas têm de sempre ser pautadas no viés educativo. Porque não adianta apenas criminalizar e punir, senão teremos cada vez mais feminicídios, sem resolver de fato o problema”, alerta Cardozo.
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