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sábado, 21 de abril de 2018

Não me curvo aos ditos " poderosos": não é por apego ao dinheiro, mas por amor aos ideais de LIBERDADE!

A imagem pode conter: Madalena Margarida, sorrindo, chapéu Nasci no pé da Serra, às margens do rio Orobó, sobrevivi a pobreza, a fome, e a infância sofrida. Brinquei de vaquinhas de barro e cercados de palitos, que tirava do mato. Carro de latas de sardinha, por que brinquei com meu irmão mas próximo. Meu amigo João Lucas. Nunca tive uma boneca, também nunca me apeguei a coisas  mortas. Dentro de mim, sempre havia e ainda há ,muita alegria e muita vida pra viver.
Menina raquítica, muito magra e de saúde frágil. Quase morri  aos 14 anos. Depois de Deus, um anjo que já mora no céu, me salvou ao me ver perdida numa rede já desiludida. Eu tinha apenas uma ameba e uma desnutrição. Mas o tempo era difícil e a medicina uma ilusão.
Casei muito cedo, fui vítima da violência, do machismo e da ignorância. Divorciei, e com 21 anos tinha a falta de um teto, de um salário digno e uma filha de 8 meses, nos braços para criar. Meu irmão quem me acolheu. Fiz da minha dor , meu escudo e minha bandeira de luta. Não me faltaram convites à prostituição. Mas eu preferi à Educação. Sem curso  pré vestibular, sem se quer livros adequados, eu me debrucei aos que consegui tomar emprestado. Estudei 3 meses e prestei um vestibular. Fui aprovada na primeira tentativa pela UPE e cursei História na Faculdade de Professores de Nazaré da Mata. Lá sofri Bullings , andei de sapatos furados, dormi muitas noites com fome pela casa dos outros, porque o ônibus chegava a meia noite e eu morava no sítio.  Porém minha felicidade era que mesmo nessa situação , tirei muitas notas dez, que eram estampadas na parede da Universidade. Me submeti a 5 concursos públicos; dois no município de Orobó ,os quais exerço, um  na vizinha Bom Jardim, e dois no Estado. Em todos, fui aprovada embora em três, não tenha sido chamada.
Venci o preconceito e me tornei a primeira professora escritora de Orobó e pelo visto única, até agora
lançando o livro de memória poéticas " Sonho Meu".
Hoje tenho quase 52 anos, com um espírito  invertido. Poderia ser 25(rsrsrs). 32 anos de serviços prestados à Educação de Orobó, continuo dando aulas interessantes e fazendo à diferença. Basta ver os resultados das provas dos meus alunos. I unidade e muitos dez em História. Tirar dez nessa matéria não é para todo mundo. Tem que ser bom e ter também um bom professor!
Hoje me vejo perseguida por um "menino" , que nunca se quer, soube o que é sofrer, que em termos acadêmicos com relação a mim, é um completo ignorante. Não resistiria a responder uma avaliação minha de  Ensino Fundamental I. E se fosse de Direitos Humanos e Cidadania, ai que seria uma vergonha nacional.
Fiz esse relato como um desabafo. Mas antes de tudo, para dizer que eu não me curvo as ordens desse projeto de "Ditador", não é por apego ao dinheiro. É por amor aos meus ideais.
Soube que ele quer cortar meu salário se eu não voltar a trabalhar num expediente em que já cumpri todo tempo de contribuição há dois anos atrás. Eu não morri de fome na situação já descrita acima, imaginem hoje, que tenho 200 h aulas de um outro concurso?
Menino, tu precisas primeiro aprender o que é realmente luta, já que tu nunca tivestes um trabalho para saber valorizar o suor do teu rosto, Tua ocupação sempre foi a política, que chegou tudo fácil a tuas mãos. Depois, tu precisas saber o que é dignidade, amor , verdade, gratidão e Deus como fonte de justiça.
Tu precisas aprender com a professora Madalena, o que é cidadania e luta por uma causa realmente nobre. Eu não tenho medo de perder um salário. Eu tenho muito medo é de perder a Moral! Eu jamais me rebaixarei as tuas leis sem nome, sem causa, e sem  justiça.
Perguntar não ofende? Qual é a Constituição que tu segues?
Quem tem que provar que estou errada não sou eu ,és tu.
Onde está essa lei, que tu te baseias, para que eu volte a trabalhar depois de 32 anos de contribuição previdenciária e quase 52 anos de idade?
Mostra isso. O povo quer saber. Hoje sou eu, amanhã pode ser qualquer um. Meus alunos querem saber porque tu me persegues tanto! Tu não tenhas dúvidas, que se eu precisar 80% deles vem comigo!

Por Madalena França.

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