Por Tales Faria*
A médica Ludhmila Hajjar recusou assumir o Ministério da Saúde porque notou que não estava sendo de fato convidada como ministra. O presidente procura alguém tão submisso como o general Eduardo Pazuello.
Bolsonaro deixou claro que quer um ministro que compactue com suas ideias e que o ministro, de fato, seria ele próprio. Quem tomar posse como ministro oficialmente não deterá o cargo na prática.
O presidente da República não abre mão da defesa da cloroquina, do combate a políticas de distanciamento social, entre outras bizarrices com as quais os médicos mais categorizados não concordam. Muito menos os órgãos técnicos e científicos nacionais e internacionais de respeito.
Para deixar claro o tipo de ministro que pretende para substituir o submisso Eduardo Pazuello no subcomando da Saúde, Bolsonaro chamou para a audiência com Ludhmila Hajjar seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
Isso mesmo, chamou o filho que enviou a Israel atrás do spray nasal ainda não testado contra o coronavírus. A médica entendeu o recado, falou das ameaças que recebeu dos bolsonaristas contra sua posse, ouviu um "é assim mesmo" de Bolsonaro, deu meia volta e foi embora.
Vale lembrar que uma das primeiras atitudes de Eduardo Pazuello, assim que tomou posse, foi pedir à Fiocruz que recomendasse a cloroquina como remédio para combater a covid-19.
A Fiocruz desconversou e não atendeu ao subministro. Assim como Ludhmila também não atendeu ao subpresidente. Vamos ver se vem para a vaga, como quer Bolsonaro, alguém à imagem e semelhança de Pazuello.
*Chefe da Sucursal de Brasília do UOL
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