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quarta-feira, 28 de abril de 2021

No dia da Educação ,gratidão e muita história para contar: Orgulho de ser Professora.

 A primeira vez a gente nunca esquece: Segunda- feira, 05 de maio de 1986. Fará no próximo dia 05, exatamente 35 anos. Eu tinha 20 anos incompletos, mas parecia ter 12, magra e raquítica. Mas o que faltava ao corpo, sobrava em inteligência. Cheguei ao local onde seria meu primeiro dia de professora. As pernas trêmulas, sorriso largo e braços abertos. Todos pequeninos, de olhos arregalados, alguns sorriram para mim e outros choravam por não querer separar da mamãe. Entramos juntos na nossa estreia. E como esquecer o nome dos meus primeiros amores? Ana, Eduardo, Cleiton , Alexandre, Cristiano, Leandro, Alex, André, foram alguns deles... Eram 16. Muito mais meninos. Logo rezamos em fila, cantamos o Bom dia como vai? Sentamos em círculo em um esteira, contei história, desenhamos personagens, nos familiarizamos com o lápis e o caderno e uma semana depois, de professora eu virei a princesa deles que tinha o cabelo enfeitado de flores de pampolas amarelas, rosas e vermelhas colhidas na frente da escola na hora do recreio. E quando desobedeciam também tinha castigo e choro(rsrsrs) ficavam sentados no banquinho olhando para a parede sem falar com os colequinhas até a segunda ordem. É; professora era visto como autoridade respeitada há anos atrás. Pena, não há fotografias do tempo dos meus primeiros encantos.

O tempo passou e para mim eu continuo aprendendo e ensinando todos os dias. Continuo achando que ensinar vai muito além de passar conteúdos, escrever sobre números e letras. Educar é arte de amar ilimitado, é a sabedoria da troca, do perdão, de doar-se como missão.

Nesses trinta e cinco anos que se aproximam eu não ensinei apenas a ler e escrever, eu ensinei a rezar, a amar, a respeitar, a não se curvar, a acreditar em si mesmo, a se levantar nas quedas, a sonhar, a persistir na busca, a chegar ao pódio da vitória. Eu ensinei e aprendi ensinando, como transformar o mundo e  não desistir do possível , a desafiar o impossível...

Nas centenas de paródias que eu  construie para ensinar cantando, eu fui Caetano, Gil, Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Kely KY , Zeca pagodinho, Fábio de Melo, Ivete... Eu cantei , dancei, rir e chorei. Eu visitei rios, eu ensinei os astros do lado de fora olhando para o céu, eu trabalhei o corpo humano usando meu corpo ou o do aprendiz, eu trabalhei as plantas pedindo para os alunos  irem buscar parte dela no campo, eu usei as sementes para ensinar a contar. Eu trabalhei o homem Pré- histórico  construindo objetos com as mãos, eu ensinei arte dançando, cantando, atuando, eu tive dias de cantora, de dançarina e de atriz. Ah! eu também já fui palhaça, já ganhei gincanas e já levei a amizade para além dos bancos escolares ou ao limite do aprender. Eu fui conselheira, eu fui o colo de tantos adolescentes de corações partidos, fui amiga, fui cupido. Eu escutei, eu emprestei ouvidos, eu fui , psicóloga sem nunca ter sido. Eu fui amor e até hoje sou...

 Eu também já fui ou sou, o ódio de alguém: A que pega no pé, a chata, a que grita , a que nunca falta para ter aula vaga, a que tem o livro na cabeça e exige de mais, fala de mais...

É verdade! Ninguém é perfeito. Mas eu sou fiz e faço Educação com amor. No dia da Educação a minha gratidão e orgulho de ser professora!
































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