Vicente Andreu Guillo diz que as obras em andamento não resolvem a falta de água em São Paulo
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, na manhã de hoje (13), o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, disse que as obras em andamento não resolvem a falta de água em São Paulo. Para ele, no curto prazo apenas chuvas e medidas restritivas, como racionamento, podem resolver o problema.
Segundo Guillo, dizer que uma obra é a solução é tirar o foco, pois, segundo ele, as obras começam agora, mas precisam de dois ou mais anos para entrar em funcionamento. “Uma obra que está programada e pode ficar pronta em nove meses, em São Paulo está, ligando um rio que está seco a outro que também está seco, ou seja, você depende de chuvas”, disse.
Pelos dados da ANA, seriam necessários 100 metros cúbicos (m³) de água por segundo no sistema, para continuar com a retirada de 23 m³ por segundo. Essa média de chuvas é superior aos máximos históricos, mesmo nos melhores anos, pelos dados da agência.
Guillo criticou a administração dos recursos hidricos de São Paulo, dizendo que o futuro foi olhado de uma forma otimista. O diretor presidente disse que, na justificativa enviada à ANA pela Sabesp, empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 364 municípios do estado, para utilização do volume morto do Sistema Cantareira, a empresa fez uma projeção de 15 m³ de água entrando nos reservatórios para o período logo posterior, mas na realidade a entrada foi menos de 4 m³.
Volume morto, ou reserva técnica, é a porção de água que está estocada em barragens, abaixo do que é usado para abastecimento, é um volume de emergência para tempos de seca. Pelos dados da ANA, o Sistema Cantareira não tem 11% de reserva como anunciado, ele está com 20% negativo do seu volume.
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