Do Blog do Esmael Morais
O pronunciamento do ministro Edson Fachin, do STF, lavajatista declarado, é um bom termômetro do isolamento político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário e seus asseclas militares vêm experimentando um discurso contrário à realização das eleições de 2022, pois, segundo as pesquisas, o atual inquilino do Palácio do Planalto pode nem ir para o segundo turno.
“No Brasil de hoje não é de se espantar que um líder populista se recuse a obedecer as regras vigentes, que queira suas próprias regras para disputar as eleições e que se recuse a ter seu legado escrutinado pela sociedade no bojo de uma eleição política. É disso que se faz a democracia, de eleições periódicas”, disse o Fachin ao Globo, ao comentar a ameaça feita pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, segundo qual as eleições de 2022 só serão realizadas se o Congresso aprovar o voto impresso e auditável.
Braga Netto, na prática, apenas reproduziu o discurso recorrente de seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, que também vem ameaçando o processo eleitoral e disse que não passará a faixa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se perder no voto em 2022.
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Edson Facin ainda disse que “em paralelo à defesa inflamada de um novo método de votação, eis que há governantes que querem mudar as regras ao invés de obedecê-las” e que “tudo isso se assenta em acusações de fraudes vazias de provas e sem respaldo na realidade”.
“Há um desígnio indisfarçado com três grandes objetivos: a exclusão do pensamento divergente, o enfraquecimento dos mecanismos de monitoramento social e do sistema de freios e contrapesos, e o descredenciamento das eleições como termômetro acurado da arbitragem social”, completou o ministro do Supremo Tribunal Federal.
Enfim, o STF mandou o recado para Bolsonaro: ‘democracia se faz de eleições periódicas’.
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