Não se governa sem política. Ou seja, ninguém governa sozinho.
Magno Martins- A governadora Raquel Lyra (PSDB) está escrevendo uma página desastrosa com apenas seis meses de gestão: dentre todos os chefes de Estado com o poder da caneta nas mãos, e cheia, diga-se passagem, por estar em início de mandato, é a única que não conseguiu, pelo menos até agora, eleger um só conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado.
Com um agravante, vale a ressalva: num período tão curto viu abrir duas vagas na corte de contas, a primeira definida, ontem, com a escolha do advogado Eduardo Porto e a segunda a ser resolvida em breve, em razão do pedido antecipado de aposentadoria pela conselheira Teresa Dueire, mesma janela usada pelo conselheiro Carlos Porto para o filho Eduardo sucedê-lo num arrastão político liderado pelo presidente da Alepe, Álvaro Porto.
O presidente do Legislativo é tio do novo conselheiro e por ele – a sua força e liderança na Casa – passará a definição do segundo conselheiro. A candidata oficial da governadora, confirmada por todos os deputados estaduais, seria a deputada Débora Almeida, do mesmo partido de Raquel, o PSDB, que ontem jogou a toalha, retirando-se do processo, que passa a ter agora apenas três concorrentes – os deputados estaduais Kaio Maniçoba (PP) e Rodrigo Novaes (PSB), e o federal Uchoa Júnior (PSB).
Débora caiu fora para não passar por um grande constrangimento. O que se diz na Assembleia é que nenhum nome que entre na disputa com o DNA da governadora passa pelo crivo da Casa. Mas isso tem uma razão: Raquel não faz política, não dialoga, não divide o poder, não socializa as decisões. Acha que pode governar o Estado como administrou Caruaru, em completo isolamento político.
Novaes, o mais forte – Enquanto isso, quem se firma como hábil articulador político é o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB). Além de emplacar Eduardo Porto, seu sobrinho, como conselheiro, vai eleger o deputado Rodrigo Novaes para suceder a Teresa Dueire no TCE. Novaes não transita com grande notoriedade na Casa, mas sua escolha abre o caminho para trazer Diogo Moraes, primeiro suplente do PSB, de volta ao parlamento estadual.
Postado por Madalena França
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