247 – Uma reportagem deste domingo da Folha de S. Paulo traz a relação das "provas" apresentadas pelo executivo Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, para demonstrar que o chamado "triplex do Guarujá" pertence ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Entre os documentos entregues estão o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, no entanto, documento que comprove que as viagens tiveram como destino o apartamento. Há também registros de ligações telefônicas entre Pinheiro e pessoas ligadas a Lula, como Clara Ant, Paulo Okamotto, José de Filippi Jr. e Valdir Moraes da Silva (segurança), a partir de 2012. As listas trazem data e duração da conversa, mas não seu conteúdo. Foram anexados ainda e-mails que mostram a agenda de Lula, na qual aparece a previsão de encontros com Pinheiro, e mensagens da secretária do instituto para Okamotto, que preside a entidade, avisando que o empresário havia ligado para falar com ele", diz o texto.
A fragilidade das provas foi alvo de um comentário do cientista político Luis Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília, em seu Facebook. "É sério que o documento que Léo Pinheiro promete entregar, para provar que o bendito triplex é de Lula, é o registro de que carros do Instituto Lula passaram pelo pedágio no caminho para Guarujá, uma vez em 2011 e outra em 2013? E, para completar, mensagens da secretária do Instituto Lula para Paulo Okamoto, avisando que Pinheiro havia ligado para falar com ele... Isso deve valer quase como uma escritura. Nós perdemos a democracia e eles perderam o senso de ridículo", afirmou.
Segundo o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, os documentos não comprovam as afirmações feitas pelo empresário, que classificou como uma "versão negociada para agradar" aos procuradores e destravar seu acordo de delação.
"Desde quando um e-mail de agenda prova a ocorrência de um encontro e, sobretudo, o que poderia ter sido discutido no suposto encontro? Léo Pinheiro não tem nenhuma prova contra Lula, porque ele não cometeu qualquer ato ilícito. Ele tem uma versão negociada para agradar aos procuradores para ter a sua delação premiada finalmente aceita, para que possa deixar a prisão ou obter benefícios."
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