No triste cenário da imprensa brasileira, é frequente ter de ficar “somando” as informações que, fragmentadas, acabam por diminuir o tamanho dos absurdos que vivemos neste país.
Ontem, o Estadão publicou que, em 2017, no desmanche do programa Minha Casa, Minha Vida, o ” governo se comprometeu a bancar a construção de apenas 23 mil moradias destinadas a famílias que ganham até R$ 1,8 mil. Isso representa apenas 13,5% da meta de 170 mil [unidades].
Hoje, O Globo diz que “a faixa 1 do programa, destinada à população de baixa renda, foi praticamente abandonada: entre janeiro e outubro do ano passado, apenas 0,5% dos recursos foram destinados a empreendimentos para esse grupo.
Também hoje, O DIA faz a comparação: os pagamentos de auxílio-moradia, nos últimos sete anos, representaram um valor suficiente para a construção de 70 mil casas populares, 13 mil delas apenas em 2017, mais da metade do que foi contratado.
No gráfico, fica claro como, depois de 2014, quando o ministro Luiz “Mato do Peito” Fux liberou o auxílio-moradia para todos os magistrados, independente de atuarem em suas próprias cidades ou possuírem lá imóveis próprios, liberalidade que se estendeu para os membros do Ministério Público.
Na matéria de O DIA, o presidente da Associação de Juízes repete a “justificativa” que já se tornou comum: o auxílio virou um “complemento” salaria para uma categoria que, em escala escandalosa, já supera o limite do teto constitucional de vencimentos.
Mas, é claro, quer ser vista como uma corporação que “vai salvar o País”, dirigindo as escolhas político-eleitorais da população do alto de seus limites éticos e de suas preocupações com a sociedade.
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