Redação PragmatismoEditor(a)
A imagem da celebração dos 5 jornalistas que cobriram o julgamento de Lula no TRF para os 5 maiores veículos da mídia brasileira é, de longe, a cena que melhor retrata a condenação do ex-presidente e revela, claramente, a que interesses a grande imprensa serve
Os 5 jornalistas que cobriram o julgamento de Lula para um dos 5 maiores veículos da mídia brasileira se reuniram, após a sentença no TRF-4, e posaram para uma foto que virou símbolo da condenação do ex-presidente, além de revelar que a grande imprensa nacional tem lado, ao contrário do que costumam apregoar.
A imagem, acompanhada de uma legenda que dava o tom da alegria, foi publicada nas redes sociais por Germano Oliveira, editor de política da revista IstoÉ.
“Os cinco jornalistas que fizeram a diferença na cobertura da Lava Jato, que acabará levando Lula para trás das grades. Da esquerda para a direita: Vladimir Neto, da TV Globo; Ricardo Brandt, do Estsdao; André Guilherme, do Valor; este que vos fala Germano Oliveira, da ISTOE; e Flávio Ferreira, da Folha de S.Paulo. Faltaram outros grandes repórteres como Fausto Macedo, do Estadao, Cleide Carvalho, do Globo. Essa turma eh da pesada e se reuniu hoje na sede do TRF4, em Porto Alegre, quando os desembargadores condenaram Lula por 3 a 0 a 12 anos e 1 mês de cadeia. Ainda da psra confiar na Justiça”, dizia o texto que acompanhava a imagem.
Horas depois, passada a euforia inicial, Germano editou a legenda da foto, a fim de torná-la menos ‘parcial’. Foram citados jornalistas da Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, Valor Econômico e IstoÉ.
Ao analisar a imagem, Kiko Nogueira, editor do DCM, pontuou: “Não é apenas o flagrante de um encontro de colegas depois de um dia exaustivo de labuta. São jornalistas que se jactam de colocar alguém em cana, ainda que sem a culpa comprovada. Compram por valor de face o que vem do Ministério Público e mandam bala. Eles são o porrete da Justiça.”.
Nogueira foi além:
Germano [da Istoé] é o tipo pequeno espremido no meio dos outros, à direita. Ele apagou, depois, o trecho sobre as grades, provavelmente instado por um dos presentes, que notou a estupidez.
É um símbolo da má fé, do cinismo, da vaidade e da preguiça intelectual que contaminam o sujeito que participa dessa cobertura.
Apesar de um zé mané, uma porca da engrenagem, ele se acha protagonista, uma espécie de anjo vingador.
A indústria de vazamentos da Lava Jato produz esses esquadrões nas redações.
Vladimir Netto [também na foto], filho de Miriam Leitão, acha razoável fazer jabá de seu segundo livro sobre a Lava Jato na porta do tribunal. No primeiro, teve noite de autógrafos com Sergio Moro e a mãe. Ninguém acha estranho.
Germano é funcionário de uma revista publicada por uma editora quebrada, que vive de dinheiro público e por isso é sempre governista, seja lá quem esteja ocupando o poder.
Em 2017, a Istoé premiou Michel Temer e outros do mesmo quilate como “brasileiros do ano”.
Germano assina a “matéria” do evento, “que embalou as boas notícias na economia e refletiu a busca do País por um caminho de harmonia, justiça e inclusão social, sem espaço para radicalismos”.
Ele e os colegas não fazem jornalismo investigativo. Recebem documentos e reproduzem. Sendo contra os inimigos da casa, podem reproduzir os maiores absurdos numa boa.
Uma imprensa parceira e cúmplice de policiais, povoada de paus mandados que se orgulham de parecer assim. Viva o Brasil.
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