Na entrevista de hoje ao Estadão, Michel Temer pavoneia-se de ser cortejado por todos os candidatos – exceto aquele que “não pode ser candidato” – e apresenta-se como o dono de um “legado” que deixa mudos todos os que apoiaram e participaram a conspiração que o levou ao poder. Afinal, quase diz ele, “eu fiz o que vocês queriam”.
Do alto da caneta – e do cofre – presidencial e do latifúndio de tempo de televisão do PMDB, Temer parece ignorar o clima de “barata voa” que está instalado em seu governo. E do nanismo dos candidatos que estão postos ou semipostos: um Ministro da Fazenda candidato de si mesmo de parte do “mercado” e um presidente da Câmara em situação quase idêntica, exceto porque tem uma curriola de deputados consigo, além do “menino do vizinho”, que não cresce e anda meio enxotado pelo avô Fernando Henrique.
Autoilude-se com o clima de “enterro dos ossos” de seu período e apregoa o apetite da matilha como seu “prestígio”:
“Todo mundo quer ser ministro!”
Pelas últimas nomeações, o truculento Carlos Marun e a enroladíssima Cristiane Brasil, vê-se de que mundo vêm este “todos”.
Não há, no campo do centro e da direita, um candidato que o respeite, mas também não há nenhum forte o suficiente para desprezar o seu dote e muito menos confrontá-lo.
Assim, todos vão “empurrando com a barriga” as definições e, com isso, criando um clima fértil para os aventureiros.
Que serão os grandes “vencedores” da “eleição” de três eleitores, no Tribunal Federal que, no dia 24, se substituirão ao povo brasileiro para dizer quem pode e quem não pode ser votado.
E aí, sim, Temer estará com tudo para, com tempo e dinheiro, defender o seu “legado”.
Legado maldito.
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