Olavo de Carvalho, mentor, digamos generosamente, intelectual de dois dos filhos de Jair Bolsonaro – o “01” prefere os pensamentos contábeis de Fabrício Queiroz -, está em plena atividade para compensar o silêncio forçado dos guris.
Passou o final da noite de ontem, lá dos EUA, postando furiosamente no Facebook contra a mídia, os generais e Gustavo Bebianno, com a baixaria que lhe é peculiar:
Aviso ao mundo: eu NÃO quero saber do caso do Bebê Anus nem das gracinhas do general Mourão. Quando acontecer alguma coisa real, me avisem.
Tudo, claro, não passa de uma orquestração visando “o único objetivo da mídia brasileira é manter o governo Bolsonaro em crise permanente, tornar o Brasil ingovernável e trazer o Lula de volta como salvador da pátria”.
A imprensa é uma simples projeção de organizações esquerdistas, segundo o astrólogo-filósofo, mas nenhum ” general, Mourão ou outro, sabe disso”. Aliás, para Carvalho, “não sabe(m) de bosta nenhuma”.
É evidente que a importância política de Olavo de Carvalho é nenhuma, ou melhor, apenas uma: a de nos permitir entender – e não compreender – o que vai pela cabeça do bando de fanáticos que forma o núcleo fascista do bolsonarismo.
Que aparentemente venceu a batalha contra Bebianno – não a guerra, tudo indica – mas, paradoxalmente, enfraqueceu o “Mito”, há cinco dias acovardado pelas repercussões do caso. Como diz hoje, na Folha, Celso Rocha de Barros, Bolsonaro parece preso ao dilema que o faz “se perguntar se vale a pena estar cercado de gente leal em um governo fraco”.
Não acho que o governo Bolsonaro esteja numa situação catastrófica, longe disso, ainda.
Mas é inegável que anda patinando num barranco perigoso e, como não tem raízes profundas, processos de desestabilização podem ser rápidos.
Pois, afinal, um “Mito” pode ser mesmo só um mito.( Tijolaço)
Madalena França
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