22 de fevereiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a TV Globo são farinhas do mesmo saco, bem como o resto da velha mídia. Eles divergem acerca da divisão do butim, mas se unem contra os pobres brasileiros e para atacar a soberania da Venezuela.
Quanto à questão doméstica, do ataque aos pobres, este ponto pode ser traduzido pela draconiana reforma da previdência (fim da aposentadoria) que chegou esta semana ao Congresso Nacional.
As redes sociais, que nada perdoam, resumem desta forma a reforma da previdência de Bolsonaro e da velha mídia: “Documentos necessários para se aposentar a partir de agora: atestado de óbito, endereço do cemitério e número do túmulo”; nada mais verídico.
A diabólica união [Globo e Bolsonaro] contra o povo eleva para 62 anos a idade mínima de aposentadoria das mulheres. Sua mãe ou sua vó, caro leitor, precisarão contribuir ‘ininterruptamente’ por 40 anos para se aposentar com 100% do salário mínimo de R$ 998. Hoje a regra exige ao menos 15 anos. Pela reforma que vem aí, esses mesmos 15 anos dariam a elas apenas 40% do salário mínimo [R$ 400].
Até a Folha de S. Paulo, que é sócia nesta sacanagem contra os mais pobres, reconhece o exagero da reforma da previdência ao atacar os mais vulneráveis da sociedade.
Para o jornalão paulistano, a possibilidade de redução do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para valor de R$ 400 aos 60 anos — abaixo do salário mínimo de R$ 998 — “deve ser avaliado com cuidado na negociação legislativa.” Esse benefício protege, por exemplo, o trabalhador rural.
Agora nos debrucemos acerca da Venezuela.
Sob a rubrica “ajuda humanitária” Jair Bolsonaro quer enfiar o Brasil num conflito como ‘bucha de canhão’ dos Estados Unidos, que querem invadir o país vizinho de olho nas jazidas de petróleo.
Se Bolsonaro quer prestar “ajuda humanitária”, ora, por que não começa pelas famílias das vítimas da tragédia em Brumadinho (MG) ou das enchentes no Rio e São Paulo. Antes, na fila, também há 30 milhões de desempregados e desalentados no país e milhares de famintos no Nordeste brasileiro.
O mesmo vale para Donald Trump, dos EUA. Por que não leva essa “ajuda humanitária” para os países africanos que não possuem petróleo? Por quê?
Portanto, conclui-se: Bolsonaro, Globo e velha mídia — tudo a ver.
Madalena França Via Esmael Morais
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