O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire completaria 100 anos hoje. Ele é o patrono da educação brasileira e considerado um dos personagens mais importantes da pedagogia mundial. Possui títulos em 41 instituições de ensino, como nas universidades de Harvard, Cambridge e Oxford.
Nascido no Recife, no Pernambuco, Paulo Reglus Neves Freire é pesquisado até hoje em diferentes partes do mundo. Sua obra de maior destaque é o livro “Pedagogia do oprimido”, lançado em 1968. Nele, Freire propõe um novo formato na relação entre professor, estudante e sociedade.
Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos, é o 3º livro mais citado em trabalhos acadêmicos das ciências sociais em todo o mundo. No entanto, o método apresentado na obra não é unânime e gera discussões.
Freire era defensor da necessidade de se compreender a realidade do aluno, da alfabetização de adultos e da formação do senso crítico. Sempre defendeu a educação construída em conjunto. Destacou-se por seu trabalho voltado tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
O educador é considerado o brasileiro mais premiado com o título de Doutor Honoris Causa por universidades do Brasil e do mundo. São ao menos 35 títulos recebidos.
LEGADO E CRÍTICAS
O legado de Freire é alvo de debates da pedagogia mundial. No Brasil, a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é bastante crítica ao trabalho do filósofo.
Em 2019, Bolsonaro chamou Freire de “energúmeno”. “Tem um monte de formado aqui em cima dessa filosofia aí, de um Paulo Freire da vida aí. Esse energúmeno aí. Ídolo da esquerda”, disse o presidente.
Na última quinta-feira (16), uma decisão da juíza Geraldini Vital, da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro, proibiu o governo federal de “atentar contra a dignidade” do filósofo. De acordo com a juíza, a Constituição garante a todos o direito à livre manifestação de pensamento. No entanto, afirma, esse direito tem limites.
A magistrada fixou multa diária de R$ 50 mil caso a União descumpra a decisão. A ordem é liminar (de caráter provisório) e pode ser revertida.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criticou a decisão. O congressista disse que a ação é uma “militância doentia”. O filho do presidente disse também que a educação no país é de “péssima qualidade” e questionou: “Não se pode nem criticar o patrono desta bagunça?”.
*Do Poder360
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