Magno Martins
Amarelou duas vezes
Na posse da nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco, sexta-feira passada, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não passou apenas pelo constrangimento da cobrança dos salários atrasados das merendeiras por profissionais da área antes de discursar. Em sua fala, o ministro da Educação, Camilo Santana, também deixou a tucana sem teto, quando afirmou que Pernambuco é referência em educação no País, sendo o primeiro Estado a viabilizar a universalização no ensino médio, meta alcançada em 2021.
Não há um jornalista que tenha sido tão crítico aos governos do PSB quanto eu. Numa clara e torpe tentativa de intimidação, socialistas graúdos, o próprio PSB e asseclas do ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio, e do ex-governador Paulo Câmara, movem uma penca de processos judiciais para me calar. Mas não brigo com os fatos e não poderia deixar de elogiar esse espetacular avanço de Pernambuco ter, hoje, o maior número de escolas de ensino médio em tempo integral.
Tempo integral é o aluno permanecer o dia inteiro na escola, com direito a três refeições e um lanche. Com mais 59 unidades anunciadas pelo ex-governador, em novembro do ano passado, em Caruaru, terra da governadora, Pernambuco chega em 2023 a marca de 637 escolas funcionando em jornada ampliada, ou seja, em tempo integral, espalhadas por todas as regiões do Estado, do Grande Recife ao mais distante rincão sertanejo.
Já em 4 de fevereiro passado, a própria Raquel assinou decreto incluindo mais 61 unidades em regime integral. Tudo isso, vale a ressalva, começou no Governo Eduardo Campos. Em 2007-08, na condição de secretário de Educação, Danilo Cabral deu as condições para o ensino integral virar uma página como política prioritária. Atualmente, ao menos uma escola em cada município pernambucano funciona com o modelo de ensino em tempo integral, ou seja, 100% dos municípios estão incluídos no programa, além de Fernando de Noronha.
Em setembro do ano passado, último dos 16 anos do PSB, o Ideb, principal índice que mede a qualidade da educação pública brasileira, apontou Pernambuco com uma média de 4,4, terceiro lugar no ranking nacional. E isso não é novidade. Desde o segundo Governo de Eduardo, o Estado ocupa os primeiros lugares. Foi uma transformação da água para o vinho, pois quando Eduardo assumiu Pernambuco estava em 21º lugar nesse ranking.
Raquel amarelou diante do ministro, porque é uma crítica contumaz a tudo que o PSB fez ou deixou de fazer. Na campanha, bateu sem piedade no modelo de ensino do Estado, agora reconhecido nacionalmente. Mesmo ao chegar ao poder, tem tido o mesmo comportamento, como se ainda estivesse no palanque. Não sabe que terá pela frente, entretanto, a baita responsabilidade de manter o Estado na linha de frente no que diz respeito ao avançado ensino médio posto em prática no Estado.
Criança Alfabetizada – A Constituição diz que o Estado deve cuidar do ensino médio e os municípios, o fundamental. Mas o ex-governador Paulo Câmara criou o programa Criança Alfabetizada, o maior projeto de educação básica já criado no País, contemplando os 184 municípios pernambucanos para garantir que todas as crianças inscritas na rede pública de ensino aprendam a ler e escrever na idade correta, até os sete anos. Para isso, sancionou a lei que altera a arrecadação do ICMS para todos os municípios, priorizando a educação. O investimento inicial foi da ordem de R$ 50 milhões. A partir do momento em que os municípios avançarem nos índices educacionais, passam a receber mais recursos do ICMS.
Integrais têm 300 mil alunos – Segundo o último levantamento em relação ao ano de 2022, a rede estadual de ensino em Pernambuco tem 1.059 escolas estaduais, 534 mil alunos e 36 mil professores, entre efetivos e temporários. É no ensino médio, entretanto, onde se encontra o maior contingente de alunos, exatos 299.387, ou seja, quase 300 mil. Nos anos finais do ensino fundamental há 132.417 estudantes na rede estadual e apenas 7.358 nas séries iniciais. Os demais alunos estão em turmas de EJA (Educação de Jovens e Adultos), educação especial, creche e pré-escola
Postado por Madalena França
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