quarta-feira, 19 de abril de 2017
A Petição 6706, onde o esquema de corrupção envolvendo a empresa DAG, apontada como laranja da Odebrecht, em vários negócios, inclusive na PPP para construção do CIR de Itaquitinga e o Consórcio Advance/Socializa foram revelados em delações de Marcelo Odebrecht e por executivos, como Antônio Pacífico e Luiz Eduardo da Rocha Soares, revela que esse delator entregou aos investigadores um documento comprovando que o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, à época candidato, pelo PSB, ao cargo, teria recebido R$ 500 mil da empreiteira.
A afirmação é feita pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que assina a petição e que afirma que com relação a esses fatos não há menção a crimes, em tese, cometidos por detentores de foro por prerrogativa de função, perante o Supremo Tribunal Federal, de modo que, segundo Janot, a competência para o processamento dos crimes, em tese ali descritos, seria da Justiça Federal de Pernambuco.
Janot afirma, em sua petição, que o delator teria fornecido documento comprovando a entrega de R$ 500 mil a Geraldo Júlio, observe-se que sequer há menção de que tal entrega foi a interposta pessoa, mas que teria sido feita ao próprio Geraldo Júlio. Ademais, Geraldo Júlio era secretário de Desenvolvimento Econômico de Eduardo Campos e presidente de SUAPE, mesmo cargo que fora ocupado por Fernando Bezerra Coelho, seu antecessor, cargo que só deixou de ocupar para ser candidato à Prefeitura do Recife.
Claro está que será um verdadeiro escândalo se não for aberto nenhum inquérito no TRF5, contra Geraldo Júlio, que foi, sim, delatado e ainda com apresentação de documento comprobatório, segundo o próprio Rodrigo Janot, de recebimento de recursos da empreiteira baiana.
O caso de Itaquitinga é um dos mais escandalosos que vieram à tona com as delações da Odebrecht, pois já se sabe que para que o Banco do Nordeste do Brasil liberasse um empréstimo de R$ 350 milhões ao Consórcio Advance/Socializa, em sua integralidade, um secretário do Governo Eduardo Campos forneceu uma Cetdidão falsa atestando a conclusão da obra, jamais concluída. O nome desse secretário ainda continua uma incógnita (Leia AQUI).
Além disso, passadas apenas 48 horas da liberação fraudulenta do empréstimo para as obras de Itaquitinga, os sócios do Consórcio Advance/Socializa distribuíram R$ 90 milhões dos R$ 350 milhões entre si, como se fossem dividendos, segundo os delatores.
Assista AQUI trecho da delação premiada de Luiz Eduardo Soares da Rocha onde ele narra como funcionava o chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e como a Itaipava e a DAG eram utilizadas como "laranjas" para pagamentos de "Caixa dois", pela Odebrecht.
fonte: blog da Noelia Brito
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