Só alguém muito ingênuo pode achar que foi Ônyx Lorenzoni quem transformou um inexpressivo senador – alguém lembra de ter ouvido o nome de Davi Alcolumbre até o final do ano, quando começou-se a falar, como coadjuvante, de sua candidatura? – em Presidente do Senado e do Congresso Nacional.
A vitória de ontem foi, é claro, de Jair Bolsonaro, que alargou os cordões à bolsa de promessas de cargos e influências para que Ônyx, senão as concretizasse, pelo menos sacudisse à frente dos senadores, especialmente dos chamados “novos”, que chegam ao Senado com apetites de vereadores, como aliás o próprio Alcolumbre foi.
Mas foi, também, a declaração de uma guerra que não se encerrou na ridícula batalha circense de sexta-feira e de ontem, e que se projeta para o enfrentamento da reforma previdenciária, que é, como se sabe, o que se exige do ex-capitão como condição sine qua non para o prosseguimento de seu governo.
Os 42 votos podem ter sido um a mais para eleger o presidente do Senado, mas são 12 a menos do que os 54 necessários para aprovar reformas constitucionais.
É evidente que, para além do PT, PDT e PSB, alijados do processo de repartição do poder no Senado haverá resistências dos que não cederam às pressões governistas na Casa, que não serão fáceis nem baratas de dobrar.
Some-se ainda a isso o fato de que -se não fosse já pela falta de cavalheiros – qualquer tipo de acordo de cavalheiros destinado a blindar o “primeiro filho” Flávio, a esta altura, está sepultado. Está evidente que, dentro do Senado, as peripécias do “garoto” passarão a ser a ferida sobre a qual se porá o dedo impiedoso da oposição a Bolsonaro.
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