A melhor definição do pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede de televisão, ontem, está num dos comentários postos à reportagem do UOL sobre sua fala:
“Resumindo : ele [Bolsonaro] não tem proposta nenhuma para a recuperação econômica, ele simplesmente vai ocupar aquela cadeira sem se preocupar em melhorar absolutamente nada. Larga nas mãos de Deus e cada um que se vire, é esse o projeto dele para o país. Precisa [-se] de um presidente para quê mesmo?”
É basicamente essa a política econômica que há anos se tem no Brasil, muito antes de mais essa fala tatibitati do ex-capitão a do “cada um que se vire”, acrescida de apenas uma a outra, a do “venda-se o que puder e o que não puder“.
Para cada setor com problemas, a resposta é sempre que vendendo, desregulamentando e oferecendo aos estrangeiros, tudo ficará melhor.
Diz-se que aumentando a oferta aumentará a demanda, numa interpretação simplória das leis econômicas.
Aumentar oferta enquanto a demanda permanece acachapada pelo desemprego, pela estagnação da renda, pela falta de programas e investimentos públicos e privados e, amanhã, pela redução dos valores das aposentadorias gera, ao contrário, perda de eficiência, de escala e de produtividade.
“Se virar” é o que o brasileiro está fazendo há tempos: a massa de trabalhadores “por conta própria” é a única que cresce expressivamente no Brasil: 3,8% a mais de “viradores” que há um ano, o que faz com que sejam, agora, quase um em cada quatro pessoas que trabalham no país.
Só perde, em crescimento, para os que trabalham sem carteira no setor privado, o que não deixa, claro, de ser também uma “viração”.
Juntos, somam 35 milhões de pessoas, quase 40% da força de trabalho, sem contar mais 4,3 milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos sem carteira.
Quando as coisas chegam a este grau, haverá público para demandar destes “viradores” o que eles ofertam?(Tijolaço)
Por Madalena França
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