Helena Chagas
O principal destinatário do recado do ministro Paulo Guedes de que deixa o governo se a reforma da Previdência virar “uma reforminha”, dado em entrevista à Veja desta semana, não é, como parece, nem o mercado e nem o Congresso. É, acima de todos, o próprio presidente Jair Bolsonaro, em quem a equipe econômica não está sentindo a firmeza que gostaria de ver em relação à proposta que tramita hoje na Câmara.
A semana, marcada pelas idas e vindas em torno da votação da medida provisória 870, mostrou que, assim como deixou na mão seu ministro da Justiça, Sérgio Moro, aceitando a transferência do Coaf para a Economia, Bolsonaro estaria pronto a fazer o mesmo na negociação da Previdência. Ou seja, aceitar um projeto que renda bem menos do que o R$ 1 trilhão de economia previsto na proposta de Guedes, algo em torno da metade disso. Há fortes sinais de que isso vá acontecer.
Madalena França via Magno Martins
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