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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Dallagnol reconhece: mensagens do Intercept são verdadeiras


Postado por Madalena França
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Theo Marques/Folhapress
O procurador da República Deltan Dallagnol reconheceu nesta sexta-feira (26) que parte das mensagens vazadas ao portal The Intercept Brasil são verdadeiras. No entanto, o coordenador da força-tarefa Lava Jato no MPF-PR (Ministério Público Federal) disse que não pode reconhecer a autenticidade do material.
Em entrevista à CBN, Dallagnol explicou que não pode provar que as mensagens são falsas porque apagou todo o histórico de conversas do aplicativo Telegram. Desta forma, ele admite que não é possível apontar quais são as mensagens supostamente adulteradas.
“Por recomendação institucional nós encerramos os aplicativos e isso apagou as mensagens no celular e na nuvem. Nós lembramos, sim, de assuntos que comentamos, mas estamos falando de cinco anos altamente intensos com centenas de milhares de mensagens. É impossível lembrar de detalhes”, ponderou.
“A troca de uma palavra, a inserção de um ‘não’ ou a retirada de contexto muda completamente o significado”, especulou. “É claro que essa pessoa [responsável pelos vazamentos] tem coisas verdadeiras lá, mas nós podemos reconhecer a autenticidade de um material, especialmente quando ele não bate com a realidade”, completou.

Deltan Dallagnol aponta falhas

O procurador-chefe da operação Lava Jato no Paraná diz que não comenta o conteúdo das mensagens porque não reconhece a autenticidade do material. Apesar disso, Deltan Dallagnol citou alguns exemplos que, para ele, indicam a possibilidade de adulterações.
“Esses diálogos falam de uma denúncia contra venezuelanos que nunca aconteceu; falam de uma busca e apreensão contra [o senador] Jaques Wagner que nunca existiu; falam de uma testemunha supostamente apontada [pelo ex-juiz Sergio Moro] que nunca apareceu em lugar nenhum; falam da destinação de dinheiro pela [13.ª] Vara Federal para fins publicitários que nunca aconteceu… ou seja, tem uma série de coisas ali que não bate com a realidade comprovada”, listou.
Os exemplos citados pelo procurador da República, no entanto, não provam que os diálogos foram editados, suprimidos ou retirados de contexto, como alega.

Relacionamento com Sergio Moro

Mesmo sem reconhecer a autenticidade dos vazamentos, Deltan Dallagnol confirmou que trocava mensagens com o ex-juiz Sergio Moro, responsável até o ano passado pelas ações da Lava Jato na 13.ª Vara Federal de Curitiba. No entanto, o procurador defendeu que o relacionamento entre procurador e julgador foi construído dentro dos limites da ética e da legalidade.
O coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná usou da extensão dos ramos de investigação para defender a imparcialidade do juiz, que deixou a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança Pública a convite de Jair Bolsonaro (PSL).
Dallagnol citou as investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-tesoureiro João Vaccari Neto (PT), o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB), além de operadores financeiros, lavadores de dinheiro e ex-funcionários da Petrobras.
“Qual seria o interesse comum que um juiz teria em toda essas pessoas a não ser produzir justiça?”, questionou.
Sobre o contato frequente com Moro, o procurador da República normalizou o comportamento e defendeu a legalidade dos atos.
“Tive sim conversas. Qual é o limite ético dessas conversas? O limite ético é a Justiça. É o limite da busca da verdade e dos valores da Justiça: eficiência, celeridade, e assim por diante”, completou. “Isso é regular, isso é lícito. Agora é apresentado com sensacionalismo como se fosse algo ilegítimo quando não é”, completou.

Palestra remunerada para a Neoway

Alvo de uma nova reportagem apurada com base nos diálogos vazados, Deltan Dallagnol reconheceu que fez uma palestra remunerada para a empresa Neoway, citada em um acordo de delação premiada.
O procurador da República disse que não cometeu irregularidades. Ele argumentou que não tinha conhecimento do possível envolvimento da corporação em crimes e que depois disso se afastou das investigações que envolveram a Neoway para afastar qualquer suspeita de irregularidade.

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