A não ser na cabeça doente do bolsonarismo-raiz, Reinaldo Azevedo é insuspeito de esquerdismo, lulismo ou “petralhismo”. Portanto, já tira-se daí qualquer intenção de ajudar o adversário. Mas ele próprio presta um bom serviço à compreensão da gravidade do que foi revelado pela reportagem do The Intercept e da Veja, retirando os personagens e olhando apenas os fatos:
Vem a público a primeira reportagem da parceria Veja/The Intercept Brasil que traz diálogos inéditos da entre o então juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol e entre os procuradores. Leiam. A íntegra está aqui. Não há mais dúvida: Moro é o real coordenador da Força Tarefa. Deltan Dallagnol, que deveria exercer função, é só a fachada da operação. Fala e se comporta como subordinado do juiz.
O que há de grave nisso? Ora, o juiz que instruía a acusação era também aquele que, depois, julgava. É impressionante! Na conversa com Dallagnol, Moro:
– pede que a acusação altere a denúncia para torná-la mais forte. É ILEGAL!;
– cobra Dallagnol sobre manifestação contra prisão preventiva e estabelece prazo. É ILEGAL!;
– instrui procurador a criar dificuldades para uma determinada delação. É ILEGAL!;
– orienta delegada da PF a não anexar um documento a processo. É ILEGAL!;
– cobra de Dallagnol parecer do MPF sobre pedido de habeas corpus da Odebrecht; o procurador diz que não está pronto, mas que pode enviar rascunho para o juiz redigir a sua decisão — contrária, é claro! É ILEGAL!;
– toma uma decisão, tudo indica, antes mesmo de o MPF deflagrar uma operação. É ILEGAL!;
– determina a data de operações do MPF. É ILEGAL!
– cobra Dallagnol sobre manifestação contra prisão preventiva e estabelece prazo. É ILEGAL!;
– instrui procurador a criar dificuldades para uma determinada delação. É ILEGAL!;
– orienta delegada da PF a não anexar um documento a processo. É ILEGAL!;
– cobra de Dallagnol parecer do MPF sobre pedido de habeas corpus da Odebrecht; o procurador diz que não está pronto, mas que pode enviar rascunho para o juiz redigir a sua decisão — contrária, é claro! É ILEGAL!;
– toma uma decisão, tudo indica, antes mesmo de o MPF deflagrar uma operação. É ILEGAL!;
– determina a data de operações do MPF. É ILEGAL!
Notem que, na síntese que faço, elimino personagens. É importante que os
leitores tomem ciência dos procedimentos como coisas em si, para evitar que amores e rancores acabem contaminando a avaliação sobre o comportamento
do juiz.
Não deixem de ler a reportagem. Ali está o roteiro de tudo o que não deve fazer um magistrado. ( do Tijolaço).
leitores tomem ciência dos procedimentos como coisas em si, para evitar que amores e rancores acabem contaminando a avaliação sobre o comportamento
do juiz.
Não deixem de ler a reportagem. Ali está o roteiro de tudo o que não deve fazer um magistrado. ( do Tijolaço).
Por Madalena França
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