Postado por Madalena França
(Do Tijolaço)
Não aconteceu, por sorte, domingo passado, na festa de recepção ao time do Flamengo.
Mas no fim da madrugada de hoje, em Paraisópolis, o acaso não ajudou a evitar um desastre com a ação de uma polícia que, quando se trata de intervir em aglomerações populares, age com truculência, despreparo e sem medir as consequências do que está fazendo.
E as consequências são que, até agora, nove pessoas morreram pisoteadas pela multidão que corria das bombas de gás que se lançou sobre os frequentadores de um baile funk numa das ruas da favela.
Com ou sem “excludente de ilicitude”, estes policiais agem assim, também, porque sabem que haverá impunidade.
No G1, a história das vítimas descreve o que não pode, de maneira alguma, ser chamado de “garantia da lei e da ordem”:
A mãe de uma adolescente de 17 anos, ferida durante a confusão em baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, disse que a menina levou uma garrafada na cabeça e um golpe de cassetete nas costas, dados por um policial.
Segundo a mãe da vítima, a polícia teria preparado uma emboscada contra os adolescentes que estavam no baile. Já a PM afirma que suspeitos atiraram contra policiais, dando início a uma perseguição.
É uma rua com 2 ou 3 saídas. Eles fecharam e coagiram. Atiraram com arma de fogo – não só com bala de borracha. Bateram com cassetete, fora (o uso de) spray de pimenta. Eles estavam só curtindo”, disse a mãe da vítima.
“Os policiais fecharam a rua. Teve corre-corre, pisoteamento de adolescente. Gás de pimenta, bala de borracha, e ainda estavam agredindo pessoas. Foi um policial que atacou garrafa de vidro na minha filha”, completou.
É uma rua com 2 ou 3 saídas. Eles fecharam e coagiram. Atiraram com arma de fogo – não só com bala de borracha. Bateram com cassetete, fora (o uso de) spray de pimenta. Eles estavam só curtindo”, disse a mãe da vítima.
“Os policiais fecharam a rua. Teve corre-corre, pisoteamento de adolescente. Gás de pimenta, bala de borracha, e ainda estavam agredindo pessoas. Foi um policial que atacou garrafa de vidro na minha filha”, completou.
No texto, há outras narrativas semelhantes e é provável que a investigação do caso – se for, de fato, feita com seriedade – vá confirmar aquilo de que todos desconfiam: o uso imprudente, desproporcional e irresponsável da força.
Não é fácil, numa rua aberta, criar uma situação de pavor que levasse tantos jovens, com imensa mobilidade, a morrerem pisoteados num tumulto.
Agora pegue as cenas de bombas sendo lançadas em meio à multidão na festa do Flamengo e as transfira para algum lugar fechado e apertado.
Depois, o coronel-deputado quer ter o direito de fazer chilique quando encontra uma charge que retrata o desprezo da polícia à vida dos jovens negros favelados…
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