Há se o meu sofá falasse
E num repente de viola
Empurraria goela baixo
Um litro de óleo de peroba
E a tua cara de pau
Cantada em verso e prosa
Deixaria de boca aberta
A moça, a velha e a nova
No ditado popular
Nunca se deve cuspir
Num prato onde se comeu
Sabendo que todo mundo viu
Nojento é voltar comer
No mesmo prato que cuspiu.
Os bichos selecionados
Tinha cobra servida a jurubeba
E o animal inocente
Comparado a triste gente
Que aqui dizer não se pode
No reino da bicharada
Perigoso é o "oi" de bode!
Saudade de aqui versar
E se eu pudesse falar
Do fulano e do cicrano
Reviraria no túmulo
Ossos sepultados há anos.
Nunca se deve dizer
Se ao falar não se garante
Rima versos e poesia
Em um total desencanto
Vai pra tu cara de pau
O troféu palhaço do ano.
Por Madalena França.
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