O Sr. Jair Bolsonaro diz que “quem ensina sexo é papai e mamãe. Escola é lugar de se aprender matemática, física e química para que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão”.
Ainda que seja curiosa esta definição de educação que reduz a sua finalidade a formar “bons empregados e bons patrões”, é aterrorizante o que se está lendo sobre a indicação do futuro Ministro da Educação.
Parece que, afinal, agora, a escola vai “ensinar sexo”.
Depois de ouvir a vida inteira sobre os problemas da educação, desde a infância, com pais professores de escolas público, acabo de descobrir que sexo é a “disciplina” escolar como é a mais importante e problemática de nosso ensino.
Ficou evidente o mal-estar com o descarte de Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, depois que Viviane Senna ter se exposto publicamente como candidata a patrocinadora de uma solução para a o Ministério da Educação, pelo fato de não ter sido considerado “de direita o suficiente” pelo “bolsonarismo-raiz”
Tão grotesco quanto está sendo a “badalação pública” de que o escolhido para o cargo é um procurador que integra a “Associação Nacional de Juristas Evangélicos” e que vende livros e cursos pela internet supostamente contra “abusos” doutrinários nas escolas.
Incrível, ainda mais, porque em tempos em que qualquer pré-adolescente tem, na internet, trilhões de imagens que fazem os quadrinhos de Carlos Zéfiro parecerem livrinhos inocentes.
O sujeito é defensor da lógica miúda de que quem educa é a família, a escola apenas faz o papel de ensinar, mecanicamente. Um bobagem mesquinha que, em primeiro lugar, ignora que a maioria dos pais e mães pobres brasileiras mal tem meios e convívio com os filhos – saem às seis da manhã para trabalhar e chegam às oito da noite, estourados, sem condição senão de comer e dormir – e eles próprios tiveram, em geral, péssima formação educacional.
Aliás, perguntem lá ao capitão Bolsonaro ou ao general Mourão se as escolas militares que frequentavam não educavam para valer, e na dureza…
Mesmo “de molho” como ando, não é possível assistir quieto a esta vergonha, que só pode ser produto de mentes taradas, imundas sob seus mantos de “portadores da moral”.
O país de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Paulo Freire não merece ter sua educação reduzida a isso.
Aliás, segundo a “teoria” do tal procurador, Guilherme Schelb, como “família educa e escola ensina”, não precisamos de educadores. Só de ensinadores.
Adestradores de pobres.
Por Madalena França Via Tijolaço
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