Na Folha, lê-se que Antonio Palocci vai, nos próximos dias, para casa, com uma tornozeleira eletrônica que não impede o gozo de uma boa vida.
A delação que fez, tão sem provas que até a turma do Ministério Público a recusou, foi aproveitada como xêpa pela Polícia Federal e serviu para os ínclitos desembargadores do TRF-4, os mesmos que aumentaram a pena de Lula, reduzirem à metade suas condenações.
E, portanto, à progressão de pena para o regime semiaberto.
Palocci sempre foi uma das figuras mais obscuras do governo petista. Seus lobbies e contratos de consultoria, dos quais muito pouco se ficou sabendo, viraram escândalos aos quais nem Lula nem Dilma puderam fazer com que resistisse no Governo.
O ex-ministro tinha, de sobra, provas de enriquecimento ilícito e o apartamento de luxo que comprou por R$ 6,6 milhões (a preço de 2009) não lhe era “atribuído”, mas escriturado bem direitinho.
Mas, ainda assim, diz-se apenas um “bagrinho” da incrível corrupção de Lula, que não tem nem 10% da fortuna de seu ex-ministro.
Há boatos de que parte de seus bens será desbloqueada, em quantidade suficiente para que viva à tripa forra, até que comecem a “pingar” novos negócios. É só ele chegar para uma meia-dúzia de empresários que ficaram de fora do embrulho de Curitiba e sussurrar um tenebroso: “oi, Fulano, lembra de mim?”
Mas isso não vem ao caso.
Palocci é a prova da “honestidade” da Justiça e da Polícia brasileiras. Afinal, está sendo pago, com a liberdade, pelo papel que se propôs a desempenhar: o de canalha.
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