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segunda-feira, 18 de maio de 2020

O Poder das Palavras e do lugar social de quem fala...

Para o professor Tadeu Paulo do Santos que brilhantemente escreve do seu papel social de Professor Historiador, venho também associar-me as suas palavras e dizer que tenho orgulho de ter sido professora de uma mente tão brilhante!
Nós Estudiosos da História, somos mais sensíveis e aptos a ler o mundo em profundidade. Tanto na sua beleza esplêndida , como na forma mais maligna e cruel da ambição e  maldade humana. Este seu texto professor , eu faço questão de me somar a ele .Traduziu a verdade ,desbravando a nudez da alma de um ser que na presidência já extrapolou todos os limites da tolerância do estado democrático de direitos, quando abdica da vida em nome de não sei do quê?  A não ser , que seja da sepultura do Brasil em todas as esferas:políticas, sociais e humanas, quando desafia a morte e nega o maior direito fundamental dos seres humanos, à vida. Parabéns Professor! Faço minhas todas as suas palavras.
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"A PALAVRA TAMBÉM MATA!
Nesses dias, chamado de “vagabundo” pelo infame presidente, o prefeito de Manaus reagiu afirmando que bolsonaro é responsável indireto pelas mortes provocadas pela Covid-19. Até onde alcança a memória, muito raramente devo ter concordado em alguma coisa com o senhor arthur virgílio neto, desde que ele bandeou para o ninho tucano e mergulhou nas águas insalubres do neoliberalismo (que também mata!) tocado por seu ídolo fernando henrique cardoso. Mas isso não vem ao caso agora. Importa dizer que hoje não posso deixar de concordar com a afirmação certeira do prefeito.
De início, é bom entendermos que quem mata nem sempre é aquele que fica com sangue nas mãos ou aquele que contrata um matador de aluguel ou é parceiro de milicianos: A PALAVRA TAMBÉM MATA!
Explico-me. Há na teoria do discurso o que se chama de “lugar social de fala”. Assim, um professor, por exemplo, fala a partir do lugar social de um professor, um cientista fala a partir do lugar social de um cientista e por aí vai. Já aquele que é eleito presidente de um país passa a falar do lugar social da Presidência, que, do ponto de vista político e social, é tido como um lugar de alta credibilidade, mesmo que ocupado por um demente como Bolsonaro. Neste sentido, as pessoas carentes de maior senso crítico em geral absorvem como verdadeiros ou mesmo como ordens os sentidos da fala de quem ocupa esse dito espaço.
Ora, sem noção mínima da relevância e da liturgia do cargo que ocupa, ao negar a gravidade da pandemia, debochar de suas consequências mortais e desrespeitar toda e qualquer norma emanada das autoridades de saúde, o infame presidente está induzindo milhões de pessoas a acreditarem no que ele diz, ainda que seja fruto da mais pura insanidade. Não se trata, então, apenas de sua fala, mas do lugar social de onde ele fala, a Presidência, o mais alto cargo da República.
É dessa forma, portanto, que cabe inteira razão ao prefeito de Manaus afirmar que Bolsonaro é, sim, cúmplice e responsável por milhares de mortes já acontecidas e que venham a acontecer no Brasil em consequência da Covid-19. Decorrente dessa irresponsabilidade, que entrará para a História do Brasil como um de seus momentos mais tristes e trágicos, o infame é, sim, também, responsável pela dor e sofrimento de muitos que perderam parentes e pessoas queridas.
Nessas alturas, onde quer que vá e o que quer que faça, Jair Bolsonaro estará lavando as mãos em uma bacia de sangue, como na afirmação de Bertolt Brecht lembrada pelo ator Lima Duarte ao lamentar a morte de Flávio Migliaccio."(professor Tadeu Paulo)
Postado por Madalena França

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